Combate à violência doméstica é tema roda de conversa na UPA da Sobral

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social, dos Diretos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM), em ação conjunta com a Secretaria de Saúde (Sesacre), promoveu nesta terça-feira, 28, uma roda de conversa sobre violência doméstica e familiar na UPA da Sobral, em Rio Branco. A ação, voltada às mulheres atendidas e também a profissionais que atendem na unidade, tem como objetivo colaborar para a redução dos índices de feminicídio.

Coordenada pela equipe da SEASDHM, a atividade esclareceu as várias formas de violência e onde buscar ajuda. “Na maioria das vezes, as mulheres só entendem a violência doméstica como uma violência física, e uma das mais praticadas é a psicológica. Então, a gente primeiro conscientiza essas mulheres e apresenta pra elas os instrumentos de defesa”, destacou Isabela Fernandes, chefe de Promoção de Políticas para as Mulheres da SEASDHM.

Roda de conversa sobre violência doméstica familiar na Upa Sobral. Foto: Odair Leal/Secom

Moradora da região do Barro Alto, Zenira Pereira acompanhou atenta todas as informações. “Foi bom, gostei muito. Eu já sabia de alguns tipos de violência, mas essa ação é importante como alerta às mulheres”, observou.

A  chefe de Humanização da UPA da Sobral, Ana Flávia Nascimento, falou sobre a importância da iniciativa de abordar o assunto com pacientes e servidores nas unidades de saúde: “Muitas vezes essas mulheres que aqui chegam, por medo ou vergonha não falam sobre o que aconteceu, e é importante que nossas equipes possam também estar prontas para identificar, acolher, ajudar e mostrar os caminhos a seguir”.

Na UPA Sobral, servidores participam de roda de conversa sobre violência doméstica e contra a mulher. Foto: Odair Leal/Secom

Fruto do projeto Acre pelo Enfrentamento à Violência contra Mulheres, as ações educativas de educação e prevenção da violência à mulher nos espaços públicos e órgãos de assistência e saúde no Acre são viabilizadas por meio de convênio firmado entre governo do Estado do Acre e Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

A escolha dos locais para receber atividades, como rodas de conversa e palestras, considera a densidade populacional da localidade, indicadores sociais e índices de violência. “Fizemos o mapeamento da violência em todo estado. Os dados da Patrulha Maria da Penha mostram que a Sobral fica em segundo lugar no que se refere à violência contra mulheres. Por isso a nossa intencionalidade de estar nesses bairros, fazendo o trabalho de prevenção”, informou Isabela.

Tipos de violência contra a mulher

A violência doméstica vai muito além da agressão física ou do estupro.  A Lei Maria da Penha classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes categorias de violência: patrimonial, sexual, física, moral e psicológica.

Violência emocional: humilhar, xingar, diminuir a autoestima da mulher, com desvalorização moral ou deboche público.

Violência psicológica: tirar a liberdade de ação, decisão ou crença de uma mulher, fazer com que a mulher ache que está ficando louca, distorcendo fatos ou omitindo situações para deixar a vítima em dúvida sobre sua sanidade.

Violência Física: nem toda violência física é o espancamento. São considerados também abusos físicos a tentativa de arremessar objetos, com a intenção de machucar, sacudir e segurar com força uma mulher.

Violência Sexual: não é só forçar o sexo que configura violência sexual. Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa também é violência.

Violência Patrimonial:  quando o(a) parceiro(a) tenta controlar, guardar ou tirar o dinheiro de uma mulher contra a sua vontade, assim como guardar documentos pessoais da mulher.

Onde buscar ajuda

A rede de atendimento à Mulher no Acre mobiliza órgãos da Saúde, Segurança e Assistência Social.

Casos de violência podem ser denunciados na Central de Atendimento Telefônico, pelo número 180.

O Ministério Público, a Defensoria Pública, as unidades de saúde, os centros de referência em assistência social (Cras e Creas), e as delegacias também são instituições que apoiam o trabalho em rede de atendimento a casos de violência doméstica familiar contra a mulher.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter