A pedido da prefeitura de Brasiléia, técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), promoveram na sexta-feira, 2, na Associação Lútio Genésio, no Km 17 do município, curso de combate e controle da Mandarová para aproximadamente 40 produtores e estudantes de agronomia da região do Alto Acre.
O curso de Identificação e Monitoramento de Pragas na plantação da mandioca, mostrou nas aulas teóricas, todos os ciclos de vida e comportamento dos insetos, principalmente como deve ser o trabalho manual em campo, coletando e identificando essas pragas.
No Acre, a mandioca é a principal cultura agrícola e desempenha importante papel econômico e social. Por isso, o governo do Estado do Acre, por meio do Idaf, elaborou o plano estadual de prevenção e combate à Mandarová, com o objetivo de conscientizar e orientar produtores e técnicos do estado, sobre os meios de monitoramento e erradicação da praga que afeta o cultivo da mandioca.
O Idaf, sempre com foco no produtor rural, realiza constantemente a inspeção em campo com avaliação do local para entender as necessidades de combate aos vetores. Após a identificação de risco à plantação, é determinada a precisão do controle e do repasse das orientações. Se houver necessidade, serão utilizadas substâncias químicas ou biológicas para combater a praga, sempre com a orientação de um profissional agronômo.
Segundo Sandra Teixeira, chefe de divisão de comunicação em saúde do Idaf, essa lagarta é uma espécie comum que aparece todo ano nessa área de cultivo de mandioca, às vezes em maior quantidade e às vezes em menor, dependendo de alguns fatores externos naturais, por isso a necessidade desses encontros com produtor.
“Palestras didáticas como essa, despertam no produtor os cuidados em suas plantações, mas os produtores precisam visitar constantemente seu plantio, principalmente em época chuvosa, lugar em que a lagarta prefere essa temperatura mais amena com maior umidade para fazer seu ciclo de reprodução. Diante desse monitoramento e observando em qual fase a praga está predominando na plantação, o produtor vai decidir qual o método de controle mais adequado para combater a lagarta”.
O manejo desses insetos na plantação é muito importante, não apenas pela cultura em si, mas pelo potencial impacto no sistema produtivo e culturas subsequentes. Se não forem bem manejadas, a lagarta em alta manifestação, pode consumir por dia mais de 70 folhas, causando prejuízos significativos para a produção da mandioca.
“Em questão de dias, observei que a parte aérea de algumas plantações no Polo da Variante em Xapuri, estavam toda desfolhadas. Só descobrimos o que estava acontecendo, porque a equipe do Idaf foi prontamente até o local, e logo constataram a presença da lagarta em sua fase adulta”, conta Salomão Vieira, produtor de mandioca.
Para Rener da Costa, produtor rural de Brasiléia, a ideia principal da palestra foi aprender sobre o ciclo de vida da Mandarová. “ Eu dependo da venda da mandioca para o sustento da minha família, então vim de longe para entender sobre meios de combater essa praga agrícola que tanto assusta os produtores, pois eu também não quero perder minha plantação”.
De acordo com a secretária de agricultura do município de Brasileia, os órgãos públicos devem unir-se, pois é importante que os produtores tenham consciência de que o primeiro passo começa com eles, vistoriando e fazendo a catação. “Fiz o convite para o Idaf para discutir estratégias de enfrentamento e controle da praga do mandarová que assola nossa região, pois muitos produtores sobrevivem dessa fonte de renda”, ressalta Ana Kelly.
Sobre o ciclo da mandarová
O ciclo de vida da lagarta inclui as fases de ovo, seis estágios de larva, pupa e fase adulta. Identificar a praga em cada uma dessas fases é essencial para evitar danos. Isso é possível através das características biológicas em cada ciclo de vida. Em sua fase de adultos, cada tomada de decisão para o controle do mandarová-da-mandioca consiste em armadilha luminosas, quando se detecta o início da infestação. No final do período larval, depois que se desenvolvem, crescem e se alimentam, as lagartas descem das plantações para formarem a pupa, que dura por cerca de uma semana. Logo depois se transformam em borboletas.
O Idaf recomenda que o produtor visite seu roçado todos os dias, e observe em cada hectare, vinte plantas, e a qualquer sinal da praga, informar o órgão do seu município.