Com piora dos indicadores, Alto Acre regride para Bandeira Laranja, enquanto Baixo Acre e Juruá se mantêm na Amarela

A coletiva de imprensa realizada pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, na tarde desta quinta-feira, 29, revelou que com piora nos indicadores de Covid-19, a regional do Alto Acre regrediu para o Nível de Alerta (Bandeira Laranja). Já as regionais do Baixo Acre/Purus e Juruá/Tarauacá Envira seguem no Nível de Atenção (Bandeira Amarela), embora também tenham apresentado pequenas pioras em seus indicadores.

Segundo o comitê, a regional do Alto Acre teve um aumento considerável nas notificações por síndrome gripal e no índice de novas internações por síndrome respiratória aguda grave. Já o Baixo Acre/Purus apresentou dados mais controlados, com um pequeno aumento no índice de notificações por síndrome gripal e confirmação de novos casos de Covid-19. Enquanto isso, a regional do Juruá/Tarauacá Envira seguiu de forma mais estável, com um baixo aumento no índice de óbitos por Covid-19 e um aumento na ocupação dos leitos de UTI.

Comitê alertou para piora nos indicadores nas últimas duas avaliações e reforça cuidados coletivos Foto: Diego Gurgel/Secom

O período da última avaliação corresponde ao período de 11 a 24 de outubro. A próxima classificação de risco será anunciada no dia 13 de novembro.

O secretário de Saúde, Alysson Bestene, destacou que na última coletiva já havia uma piora do cenário, que ficou mais expressiva agora. Segundo ele, a melhoria que o Acre teve nos indicadores após um período auge de casos e mortes não pode gerar segurança na população, que precisa contribuir com tomada constante de cuidados.

“Em todas as reuniões do Comitê estamos alertando sobre as necessidade de priorizar os cuidados individuais e coletivos. O uso das máscaras em locais públicos, a limpeza frequente das mãos, além de evitar aglomerações e respeitar o distanciamento social. Tudo isso precisa ser feito por todos para garantir os bons resultados”, conta o secretário.

A coordenadora do Grupo de Apoio ao Pacto Acre Sem Covid, Karolina Sabino, completa: “O cenário precisa ser controlado, as medidas sanitárias precisam ser tomadas. Se regredimos, é porque o controle que estava sendo feito deixou de ser feito. Não podemos arriscar”.

Durante esse momento do avanço da pandemia em todo o mundo, o governo do Acre, com o apoio do governo federal, realizou um grande investimento na área de saúde pública, totalizando a criação de 90 leitos de UTI e 352 leitos clínicos, especificamente destinados ao combate da Covid-19, além do oferecimento, hoje, de ampla testagem. É necessário, portanto, que os cuidados pessoais e coletivos sejam mantidos para que o sistema não corra risco de entrar em colapso.

Médico infectologista Thor Dantas alerta para uma segunda onda da doença no Acre Foto: Diego Gurgel/Secom

Segundo o médico infectologista Thor Dantas, uma segunda onda da doença está a caminho do Acre, mas não há como saber se ela será mais intensa ou menor.

“Estamos vendo o número de atendimentos aumentando no dia a dia dos hospitais e consultórios, inclusive casos de reinfecção. Não existe solução fácil enquanto não tivermos uma vacina eficaz. Temos que exercitar nossa paciência e termos uma responsabilidade coletiva. Adotem as medidas”, reforça o médico.

Bandeira Laranja

Para o Alto Acre, durante a Bandeira Laranja, ficam autorizadas a funcionar, com restrições e adoção de protocolos sanitários específicos, algumas atividades comerciais, tais como: lojas de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, comunicação, informática, áudio, vídeo e colchoarias, lojas de materiais de construção, empresas e obras do ramo da construção civil e demais estabelecimentos de sua cadeia de produção, distribuição e comercialização.

A Bandeira Laranja permite ainda a reabertura de shoppings, limitados a 30% de capacidade, com exceção de suas respectivas áreas de lazer e alimentação. Feiras livres, comércio de rua e ambulantes não serão mais permitidos. Bares, restaurantes, pizzarias, lanchonetes, sorveterias, distribuidoras e similares poderão operar exclusivamente com o serviço de delivery e/ou drive-thru.

Feiras livres e outras atividades voltam a ser proibidas na Bandeira Laranja Foto: Neto Lucena

Nesta fase, todas as atividades comerciais permitidas devem seguir as orientações sanitárias estaduais, os protocolos sanitários municipais e demais limitações impostas pela Resolução nº 02, de 03 de julho De 2020 do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.

Devem paralisar suas atividades durante a Bandeira Laranja: espaços públicos; academias de ginástica, clubes esportivos e de lazer e similares; teatros, cinemas e apresentações culturais; eventos religiosos em templos ou locais públicos, de qualquer credo ou religião, inclusive reuniões de sociedades ou associações sem fins lucrativos; centros e escolas de formação e capacitação, estúdios de dança, escolas/estúdios de música, centro de formação de condutores de veículos automotores e similares; além de eventos, feiras, seminários e congressos.

Bandeira Amarela

Com as regionais do Baixo Acre e Juruá Tarauacá Envira na  Bandeira Amarela, todas as atividades comerciais devem manter as orientações sanitárias estaduais, os protocolos sanitários municipais e demais limitações impostas pela resolução nº 02, de 3 de julho de 2020, do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.

Alguns setores comerciais seguem com a possibilidade de aumentar a capacidade de atendimento em relação ao previsto na fase anterior (Bandeira Laranja), podendo chegar a 60% agora.

Bares, restaurantes, pizzarias, lanchonetes, sorveterias e similares podem abrir com capacidade de 50% do número de mesas, além do retorno da música ao vivo com cuidados específicos; restaurantes self service deverão ter protocolo e autorização própria. Teatros, cinemas e apresentações culturais também podem voltar com capacidade de até 30%.

Escolinhas de futebol poderão reabrir durante Bandeira Amarela Foto: Elenilson Oliveira/Secom

Eventos religiosos em templos ou locais públicos, de qualquer credo ou religião, inclusive reuniões de sociedades ou associações sem fins lucrativos podem retornar com 30% da capacidade. Por fim, centros de formação e capacitação, estúdios de dança, escolas e estúdios de música, centros de formação de condutores de veículos automotores e similares também podem reabrir nesta capacidade.

Por meio de decreto, as academias de ginástica também puderam reabrir com capacidade reduzida para 30%. Praças de alimentação também puderam reabrir com protocolo específico. E, recentemente, espaços públicos como parques e piscinas esportivas também foram liberados seguindo protocolos especiais.

Outro decreto também permitiu a volta de laboratórios de saúde e atendimentos a comunidade de instituições de ensino superior privado. Recentemente, parquinhos infantis, escolinhas de futebol e quadras poliesportivas também foram autorizadas a funcionar durante a Bandeira Amarela, seguindo uma série de exigências sanitárias.

Vale ressaltar que o enquadramento dos estabelecimentos de ensino educacional regular (escolas de ensino fundamental e médio, universidades e centros universitários) e creches será realizado por meio de resolução específica do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19.

Metodologia

O Pacto Acre sem Covid é uma ferramenta destinada a viabilizar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, o direito de proteção à saúde e os valores sociais do trabalho, tendo por finalidade fundamental a efetiva proteção do direito à vida.

Governo do Acre, com apoio do governo federal, realizou amplo aumento de leitos clínicos e de UTI Fotos: Odair Leal/Secom

De acordo com o método definido pelo Pacto Acre sem Covid, a classificação em nível de risco é realizada conforme a delimitação territorial das regionais de Saúde do estado, a saber:  região do Alto Acre (Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri), Baixo Acre e Purus (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Jordão, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomard) e a região do Juruá e Tarauacá-Envira (Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Tarauacá).

A classificação em níveis de risco (bandeiras), expressa por meio de uma nota geral que varia de 0 a 15, é obtida por meio da mensuração de sete índices, sendo eles: isolamento social; notificações por síndrome gripal; novas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave; novos casos por síndrome gripal Covid-19; novos óbitos por Covid-19;  ocupação de Leitos Clínicos Covid-19 e ocupação de UTIs Covid-19.

Os níveis de classificação de risco foram divididos em Vermelho, Laranja, Amarelo e Verde, respectivamente do mais restritivo para o mais flexível. A cada 14 dias é realizada uma nova avaliação dos indicadores, cabendo às prefeituras realizar a autorização das atividades permitidas no respectivo nível de risco apurado por meio de decreto municipal, bem como a instituição de protocolos sanitários a serem seguidos pelos setores da economia que estejam autorizados a funcionar. Um trabalho que envolve Estado, prefeituras e entidades e conta com o apoio de toda a comunidade.

Para mais informações de protocolos, acesse: http://covid19.ac.gov.br/

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