Com o apoio do Estado, cinema acreano produz o filme ‘Abandonada no Orfanato’

O curta-metragem Abandonada no Orfanato que está em fase de produção, contará a história de Manuela, uma menina negra abandonada por sua mãe em um orfanato. A personagem também é portadora da síndrome de Tourrete, uma condição neurológica caracterizada por tiques involuntários e, por vezes, palavras incontroláveis. Baseado no livro A Loucura do Orfanato, o filme, que traz discussões sobre diversidade, inclusão e representação, está sendo produzido por Júnior Souza, sob a direção de Moisés Guilherme Souza. O projeto cultural, financiado por meio da Lei Paulo Gustavo, conta com o apoio do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM).

Produção será feita com apoio do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour. Foto: FEM

 

“Abandonada no Orfanato é uma obra que exige um mergulho profundo na história, que exige paixão e dedicação pra dirigi-la. É uma obra baseada no livro A Louca do Orfanato, da autora Fátima Cordeiro. O conto narra a história de Manoela, uma jovem negra que sofre da Síndrome de Tourette e foi abandonada pela mãe em um orfanato, com a promessa de um retorno que nunca aconteceu. A temática da narrativa convida à empatia e à compaixão, sentimentos cada vez mais necessários em nossa sociedade”, conta o diretor, Moisés Souza.

A obra cinematográfica retrata a história de uma criança negra e sua jornada pessoal com empatia e nuances, desafiando preconceitos e oferecendo uma visão sobre a inclusão e a aceitação. O enredo apresenta as lutas pessoais de Manuela com sua condição, e o cenário do abandono materno no orfanato, o preconceito racial, as complexidades da adolescência, amizades e autodescoberta. A abordagem cuidadosa do diretor e roteirista ao retratar a vida de uma menina negra com síndrome de Tourrete ressoa não apenas pela atuação marcante da protagonista, mas também pela maneira como a história é contada.

Sobre a expectativa com relação à transmissão da mensagem ao público, o diretor do curta-metragem expõe: “Esperamos que o povo acreano receba este curta-metragem com a mesma paixão e dedicação que colocamos na sua produção. Esta é uma história que aborda temas profundos e emocionantes, e nosso objetivo é criar uma conexão verdadeira com o público, tocando seus corações e inspirando reflexões sobre empatia, aceitação e superação. Após o lançamento, esperamos que o filme impacte as pessoas de maneira positiva, promovendo uma maior compreensão sobre a Síndrome de Tourette e as dificuldades enfrentadas por aqueles que vivem com essa condição. Além disso, almejamos que a obra destaque a importância da família, do amor e do apoio mútuo, mostrando que mesmo nas situações mais difíceis, é possível encontrar esperança e força”.

Na sinopse, Manuela não é retratada como uma caricatura de suas condições, mas como uma criança cheia de sonhos, desafios e uma profunda humanidade. A narrativa se desdobra por meio de momentos de drama, introspecção e momentos emocionantes, todos eles tecidos habilmente para oferecer uma visão autêntica da vida de uma criança abandonada com uma condição neurológica.

A obra não trata apenas de uma condição médica, mas também sobre a resiliência humana e a diversidade de experiências. Ao representar a história do sofrimento infantil da personagem negra abandonada com uma doença, o cinema acreano contribui com um papel ampliador da compreensão de mundo do telespectador, abrindo caminhos mais largos para a inclusão, empatia e aceitação social das pessoas com deficiência e combate ao racismo.

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