Alta tecnologia e muitos estudos fazem com que a raça de gado Senepol chegue a um grande grau de eficiência. “Temos que fornecer material genético de qualidade para o mercado evoluir”, afirma o médico veterinário e especialista em Senepol, Sebastião Garcia Neto, o “Neto Garcia”, em palestra para pecuaristas e estudantes de veterinária na última semana, em Rio Branco.
A plateia lotada ouviu atenciosa o relato dos benefícios e a história dessa raça taurina que está ganhando mercado no Brasil todo. O Senepol, um tipo de gado de corte e de leite, desenvolvido na ilha caribenha de Saint Croix, atualmente território norte-americano, é proveniente de cruzamentos entre o gado N’Dama, importados no final do século 19 do Senegal, e gado Red Poll, dos Estados Unidos. São animais mochos, isto é, não possuem chifres, e têm pelos curtos, de cor vermelha, preta ou marrom.
Suas qualidades começam a agradar o mercado brasileiro. Entre 2011 e 2016, o número de animais cresceu 40%, tornando-se a raça que mais cresceu no território nacional nesse período. “Com seleção de espécimes e muitas avaliações, buscamos criar um animal com grande ganho de peso e com eficiência alimentar, ou seja, que come menos e ganha mais peso”, afirmou o veterinário, que também é criador em uma grande fazenda da família no interior de São Paulo.
Na conversa com o público, Neto Garcia explicou algumas das possibilidades para utilização do Senepol em fazenda comercial. “Nosso objetivo é criar touros de qualidade para cruzar com vacas da raça Nelore e gerar um rebanho de qualidade e uniforme, que apresenta bom crescimento e tem a carne macia”, afirmou, acrescentando que o Senepol tem dois genes que tornam a carne muito macia, mesmo sem grande quantidade de gordura entre as fibras.
O encontro foi promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seap) em parceria com a Federação de Agricultura e Pecuária do Acre. O titular da pasta, José Carlos Reis, afirma que a troca de experiências faz parte de um momento de evolução da cadeia produtiva do estado. “Estamos consolidando o mercado da bovinocultura, acredito que essa nova raça tem muito a acrescentar para o nosso rebanho e criadores. Temos 85% dos pastos a serem explorados, não é preciso desmatar para crescer a cultura do boi”, afirmou Reis.
