Evento discute cooperativismo de crédito no Vale do Juruá

Em todo o Brasil, mais de 10 milhões de pessoas se encontram associadas à cooperativas financeiras, que se destacam cada vez mais no mercado financeiro do país. E para apresentar e discutir as vantagens desse modelo de negócios e ajuda mútua, o governo do Estado, em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Acre (OCB/AC) e diversas cooperativas do setor, realizaram na noite desta segunda-feira, 28, em Cruzeiro do Sul, o evento Cooperativismo de Crédito: um instrumento de desenvolvimento econômico e social no Vale do Juruá.

O auditório do Senac ficou lotado de pessoas que vieram entender como atuam as cooperativas de crédito que já são consolidadas em Rio Branco e agora começam a se instalar em Cruzeiro do Sul.

Evento contou com apoio do governo do Estado e realização da Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Acre e diversas cooperativas do setor Foto: Samuel Bryan/Secom

Especialistas no assunto explicaram para um público de empresários e representantes de associações, principalmente do setor produtivo, que uma cooperativa de crédito tem a principal função de prestar serviços financeiros a seus cooperados que compram uma participação. As cooperativas financeiras fazem análises completas para investimentos e crédito sem possuir o objetivo de lucro e metas institucionais, o que as tornam opções mais atrativas que os bancos.

O presidente da OCB/AC, Valdomiro Rocha, destaca que as cooperativas de crédito já possuem associados em todos os municípios do Acre, mas que agora o Vale do Juruá vive uma época de atenção especial, recebendo unidades físicas com equipes especializadas para atender melhor os interessados em Cruzeiro do Sul. E com isso, uma nova era pelo cooperativismo é possível na região.

“Essa agenda surgiu de uma reunião que eu tive com o governo do Estado, onde entendemos que é hora de levar o cooperativismo de crédito para o Juruá. Nossa proposta foi topada na hora e construímos essa agenda que é muito importante para apresentar esse modelo. A expectativa nossa é muito boa de desenvolvimento da região. Temos o Sicredi e o Sicoob que têm total condição de abarcar as necessidades aqui da região”, destaca Valdomiro.

União pelo crescimento

A realização do evento contou com apoio do governo do Estado por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e a Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa). O titular da Seict, Anderson Abreu, esteve presente e destacou que o fortalecimento do setor produtivo pela iniciativa privada é uma das principais metas do goveno Gladson Cameli, com o fim da cultura de que só o governo gera emprego, mas apoiando as iniciativas que dão suporte aos investidores.

O evento contou ainda com apoio e realização do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Federação das Indústrias do Acre (Fieac), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/AC), Federação do Comércio do Acre (Fecomércio) e a Associação Comercial Empresarial de Cruzeiro do Sul (Acecs).

Durante o evento, apresentações sobre o funcionamento e vantagens dos modelos de cooperativas de crédito foram repassadas Foto: Samuel Bryan/Secom

“O governo entende que é de suma importância trazer mais uma opção de crédito para quem quer investir e crescer. O Acre precisa de recursos e os investidores de atrativos, por isso estamos dando esse apoio a este evento, porque é com esse pensamento e todo mundo trabalhando junto que o Acre vai se desenvolver. Essa união é preciso pela geração de emprego e renda”, conta o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia.

Apresentações das cooperativas de crédito que estão se consolidando em Cruzeiro do Sul foram realizadas, entre elas o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), que possui cerca de seis mil associados no estado e o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), que possui mais de 2.800.

Para Gilmar Fontes, representante de uma grande cooperativa de produtores rurais de Cruzeiro do Sul, o evento foi esclarecedor. Com um grande projeto de piscicultura envolvendo diversos produtores que precisam de um suporte financeiro de R$ 14 milhões, ele tem buscado meios de garantir esse investimento além dos financiamentos bancários.

“Eu vim hoje para ver mecanismos mais viáveis para linhas de crédito, que é nossa maior dificuldade. Já temos buscado em bancos, mas encontramos grandes dificuldades para o financiamento do nosso empreendimento. Vir aqui deu um esclarecimento em relação às cooperativas e pretendemos passar para elas um projeto econômico”, explica Fontes.

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