Quando foi que você parou para se escutar? Esse é um dos questionamentos que faz o protagonista da peça solo Cabo de Guerra, encenada pelo ator acreano Daniel Scarcello e que estreia na sexta-feira, 1º.
A produção do espetáculo foi financiada por recurso da Lei Aldir Blanc, obtido por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), e conta com a parceria do Sesc Acre.
O argumento do monólogo surgiu há quase dois anos e, durante esse período, Daniel escreveu versos, textos e ideias que acabaram se unindo a relatos de histórias reais. Para o ator, a peça marca seu retorno aos palcos desde a pandemia e o desafio de apresentar seu primeiro trabalho sozinho em cena.
No roteiro, o jovem Lucas, em seu quarto, luta contra dores físicas que despertam medo, angústia e ansiedade. Entre choros, raiva e desespero, compartilha depoimentos de outras pessoas que abordam difíceis experiências mentais. Ao relatar os processos do personagem e expurgar temores até o encontro da luz, o texto pretende gerar reflexão sobre o humano, com seus conflitos internos e externos.
“É sempre bom fazer algo pela primeira vez e nesse projeto foram muitas experiências novas. Está sendo um intenso desafio realizar essa montagem tão pessoal e importante para mim, pois tudo foi muito genuíno, estou literalmente realizando sonhos, cenas, ideias que me instigaram durante este período”, explica o ator.
Experiente em trabalhos solo como Solamente Frida e Stella do Patrocínio, a renomada artista acreana Clarisse Baptista assina a direção da peça e destaca que o tempo curto de produção exigiu um trabalho diário: “Fiquei contente quando encontrei a equipe. Muito bom ver gente nova com disciplina, gosto e vontade. É um exercício de ator para o Daniel, simples e sem pretensão. Que ele se divirta e aproveite, trabalhou muito para isso”.
Felipe Barbosa, coreógrafo do espetáculo, explica as ideias iniciais do enredo. “Busquei deixar a estrutura coreográfica ir surgindo pela escuta do processo, investindo na memória corporal do Daniel e no mapeamento dos elementos que se apresentavam como potência dramatúrgica”, afirma.
Para Scarcello, a equipe competente fez toda a diferença no processo e resultado da produção. “Estou muito honrado por ter pessoas experientes, profissionais e talentosas comigo. Foi uma peça feita em coletivo, com diferentes pontos de vista, por pessoas abertas à escuta, à troca e, como Clarisse pontuou desde o início, a abrir mão”, observa o ator.
Os ingressos para o espetáculo podem ser comprados no Teatro de Arena do Sesc, nos dias de apresentação, ou antecipadamente, pelo Whatsapp: (68) 99988-3941. A peça fica em cartaz durante os dias 1º, 2, 3, 8, 9, 10, 15, 16 e 17 de abril, às 19h30, no Teatro de Arena do Sesc, no centro de Rio Branco. Os ingressos custam R$20 e R$10 (meia entrada).
A montagem tem apoio da Exclusivité Papelaria, Nossa Gráfica, RB Studio, Usina de Arte João Donato e Escola de Dança Koinonia.