Coletivo indígena do Acre é recebido na Escola de Belas Artes de Minas Gerais

Pela segunda vez o talento de artistas indígenas do Acre está sendo apresentado à Escola de Belas Artes (EBA), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em atividades que se estendem até a quarta-feira, 4.

Trata-se do Movimento dos Artistas Huni Kuin, o Mahku, composto por pesquisadores da formação tradicional do povo indígena vinculado à etnia Pano, o mais numeroso da floresta amazônica.

Além de apresentação de canto e vídeos que remontam à ancestralidade, o coletivo realizará oficina de desenhos de grafismo indígena, com a utilização apenas de giz na calçada da escola. Toda a programação está sendo aberta à comunidade, com o objetivo de difundir a cultura e os saberes tradicionais.

Sobre o Mahku

O MAHKU tem sua gênese no processo tradicional de formação de Ibã Huni Kuin (Isaias Sales) com seu pai Tuin Huni Kuin (Romão Sales), notável pesquisador dos conhecimentos desse povo. Ao longo de sua vida resguardou os saberes musicais e rituais que corriam o risco de desaparecer na sociedade seringalista. Ibã aliou essa formação tradicional com os instrumentos da escrita e da pesquisa ao se formar professor, passando a registrar e publicar esses cantos.

Para o assessor dos Povos Indígenas do Acre, Zezinho Kaxinawa, o apoio de políticas públicas tem estimulado muitos coletivos do Acre a propagarem a cultura indígena pelo Brasil e até fora do país.

“O incentivo que temos recebido por parte do governo se reflete cada vez mais na criação de grupos que atraem muitos jovens unidos em nome da arte e da cultura dos povos indígenas, e no Jordão, mais especificamente, esses coletivos têm crescido bastante. Por isso, levar a exposição da arte indígena por meio de pessoas que têm orgulho da sua identidade representa o fortalecimento da cultura e do saber tradicional”, frisa.

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