Cinco escolas de ensino médio do Acre na lista nacional de melhores práticas de gestão

Aprendizagem como foco central da escola, elevado senso de responsabilidade profissional dos professores, trabalho em equipe  e autonomia escolar são fatores comuns às unidades que se dão melhor nos exames

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Exposição de Artes como atividade extra classe na escola José Rodrigues Leite (Foto: Sérgio Vale/Arquivo Secom)

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Música como instrumento de aprendizado na Escola José Ribamar Batista (Foto: Arquivo Secom)

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Curso de reciclagem reforça educação ambiental na Escola Joana Ribeiro Amed (Foto: Sismat Assessoria)

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Em Porto Acre, os alunos da Escola Jader Saraiva participam da fanfarra (Foto: Arquivo Secom)

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Projeto Aluno Monitor promove inclusão na Escola Santiago Dantas (Foto: Assessoria SEE)

Cinco escolas públicas  do Acre estão entre que apresentam as melhores práticas brasileiras  de gestão no ensino médio.  Aprendizagem como foco central da escola; expectativas positivas de desempenho dos alunos; elevado senso de responsabilidade profissional dos professores com o sucesso dos alunos; trabalho em equipe e lideranças reconhecidas;  preservação e otimização do tempo escolar;  normas de convivência claras, aceitas e incorporadas à dinâmica da escola; clima harmonioso: a escola como um lugar agradável para ensinar e aprender;  autonomia e proatividade por parte da equipe escolar  são características comuns encontradas nas escolas acreanas José Rodrigues Leite, José Ribamar Batista e Santiago Dantas, de Rio Branco; Jader Saraiva, de Porto Acre, e Joana Ribeiro, de Epitaciolândia, estão entre os 35 colégios públicos de ensino médio considerados bons exemplos na qualidade do ensino em todo o País farão  parte do Caderno de Orientações que o Ministério da Educação  distribuirá para todo o País. 

A escola Santiago Dantas está localizada no KM 15 da Estrada Transacreana, na zona rural de Rio Branco. No ano passado, de seus doze alunos seis foram aprovados no vestibular da Universidade Federal do Acre (Ufac). A escola José Ribamar Batista fica localizada na periferia da capital acreana, no bairro Aeroporto Velho e a cada ano cresce o número de ex-alunos aprovados no vestibular da universidade pública.

A lista é resultado de uma conduzida  realizada pelo MEC em parceria com o Banco Mundial e realizada em campo pela Fundação Carlos Chagas. O cálculo que produziu a relação  das unidades educacionais  com melhores práticas de gestão do País é conhecido como "efeito escola", no qual o Acre alcançou 15 pontos, o  melhor desempenho  entre os Estados pesquisados.  Calculado a partir de dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o  efeito escola leva em conta a superação de carências que as famílias não conseguem atender, como o acesso livros ou computadores, além dos indicadores de qualidade do ensino.

Como exemplo, nas escolas do Acre, mais de 60% dos professores e coordenadores tem expectativa positiva com relação à continuidade dos estudos de seus alunos, que atribuem o sucesso na aprendizagem ao apoio da direção, à equipe pedagógica, à família (que é próxima da escola) e ao  próprio empenho. Os alunos possuem boa percepção da competência dos professores: 51%  afirmam  que todos os docentes de sua escola dominam o conteúdo da disciplina. Tanto alunos quanto professores pouco faltam na escola.

A gestão, portanto, é percebida como atuante e focada nos resultados. De acordo com a pesquisa,  45% avaliam o trabalho dos coordenadores como ótimo  e 45% como bom. 71% dos coordenadores e professores tem visão de futuro, participam da elaboração do planejamento  pedagógicos,  e compartilham metas, consolidando-as em projetos e planos.
Para combater a evasão, 70% dos professores afirmam que as escolas mantém medidas para trazer os alunos de volta, sendo que 62% utiliza o método de fazer contato com a família e 24%, com o aluno. A escola é um lugar de disciplina e os alunos se integram às regras;  os professores gostam da escola em que trabalham e utilizam palavras de cunho positivo para expressar o espaço onde atuam e consideram que o fato de que um ambiente agradável contribui para o sucesso dos alunos.

Para a seleção das escolas foram levados em consideração dois critérios: baixos índices de evasão e bons níveis de aprendizagem. As unidades são de quatro esta além das cinco escolas do Acre, foram selecionadas dez no Paraná, dez em São Paulo e dez no Ceará. "São Estados em que as políticas públicas que dão certo não sofrem ruptura", observou Josenir Calixto, diretor de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação.

Entre os colégios pesquisados, a maioria tinha muita clareza sobre quais eram "seus objetivos" e para atingi-los contavam com um planejamento compartilhado entre coordenadores, professores, funcionários e alunos. O forte trabalho em equipe, com oportunidade de diálogo e trocas profissionais, foi outro ponto em comum verificado pela pesquisa. Outro destaque é a autonomia: apesar de estarem inseridas dentro de redes estaduais de ensino, as escolas tinham projetos pedagógicos próprios adaptando programas e diretrizes às demandas da realidade local.  A forma como as políticas públicas se articulam dentro da escola também tem impacto na aprendizagem e no sucesso dos alunos.

Desafio é a qualidade – O desafio é espraiar a qualidade dessas escolas não somente para as demais do Acre e os Estados pesquisados  como para todo o Brasil, conforme busca o MEC. Para Calixto, o resultado da pesquisa traz contentamento porque, recorda-se ele, até 1999 poucas localidades tinham o ensino médio. Hoje, até mesmo as comunidades mais remotas possuem escolas com essa graduação. "O desafio que está posto é o de avançar na qualidade", disse Calixto. 

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