José Bernardo, o Panelada, é uma liderança comunitária que mora no Jardim Primavera. É, certamente, uma das pessoas que mais bem conhece os bairros e a periferia de Rio Branco. Também é conhecido no segmento pela forma simples de abordar coisas sérias. Exerce sua veia cômico-poética alimentando um blog (http://paneladarb.blogspot.
Com o jeito humilde, Panelada foi uma dos mais aplaudidos no ato que marcou o início das obras da Cidade do Povo, empreendimento que construirá 10.518 casas até o fim de 2014. Com a voz rouca pelos anos de tabagismo, Panelada não falou difícil – proferiu palavras singelas, mas de uma profundidade impressionante.
Foi dele a frase: “O governo do Estado do Acre começa a dar a alforria aos cativos do aluguel”. Provavelmente, o líder comunitário exagerou na dose – afinal, sempre haverá pessoas dependendo de aluguel, e a questão habitacional permanecerá na pauta por muito tempo.
Mas Panelada foi contaminado pela alegria de ver nascer uma cidade que, sem sombra de dúvida, será um passo largo para zerar o déficit de habitação no Estado, assegurando um lar digno a milhares de acreanos e acreanas.
Tanta euforia de Panelada tem explicação: as pessoas que enfrentaram o caminho coberto por lama, num dia em que o céu nublado prenunciava chuva, tiveram o privilégio de participar de um ato histórico.
Quem foi ao lançamento das obras presenciou a lavratura da certidão de nascimento de uma nova cidade. Uma Cidade do Povo pensada como a semeadura de um marco social, de esperança e cidadania para pessoas que sonham com a casa própria.
Tive o privilégio de ver o projeto da Cidade do Povo nascer. Foi gerado a partir da determinação, da vontade e do compromisso do governador Tião Viana, combinados com a sensibilidade do governo federal e a confiança da iniciativa privada.
Foram muitas reuniões, idas a Brasília e entraves ao longo do caminho para que o projeto saísse do papel para a realidade.
Mas o respeito e a credibilidade do governador e do Acre perante o governo federal foram fundamentais para captar os recursos e sensibilizar as autoridades da capital da República, em particular à presidenta Dilma Rousseff, sobre a viabilidade de executar um projeto inovador e pioneiro dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.
Para a construção das mais de 10 mil moradias, será investido R$ 1,1 bilhão. E não se consegue um volume de recursos desse tamanho sem respeito e credibilidade.
O Acre, desde 1999, quando Jorge Viana assumiu o governo, fez a transformação política. É hora de fazer a transformação econômica, com geração de renda e oportunidades. Esse é o desafio imposto por um novo tempo. Pelo século 21.
É com esse espírito, e ciente da necessidade de transformar a economia, gerar renda e oportunidades, que o governo investe em setores básicos. A Cidade do Povo tem previsão para gerar 15 mil empregos diretos. Somente no setor de marcenaria serão produzidas mais de 80 mil portas e janelas. É muita coisa!
Mas a Cidade do Povo não é apenas tijolo, cimento, areias, brita e demais insumos. Construir somente casa é fácil para quem tem a técnica. De 2010 a 2012, foram 7.514 entregues pelo governo do Acre.
Na essência, a Cidade do Povo revela o sentimento de um governador e de um governo que têm compromisso com a sustentabilidade ambiental e social. Que não aposta na construção de imóveis apenas como abrigo, mas como recanto de cidadão com as mais diversas opções de cidadania, com escolas, lazer, segurança, saúde e perspectivas de crescimento pessoal e familiar.
A Cidade do Povo, como bem disse o governador Tião Viana, “é a edificação do sonho de um Estado inteiro, de uma sociedade do tamanho daquilo que sonha”.
É o resultado da união do governo e da sociedade com a iniciativa privada, por meio de 13 empresas. É algo que demonstra a importância que instituições financeiras do gabarito do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal têm com o país e com o Estado.
O Acre e os acreanos sempre sonharam grande, por isso realizaram muito. Ainda somos eternos sonhadores, o que nos motiva a ousar permanentemente.
Enquanto caminhava no meio da lama e dos descampados, sonhava com a cidade que vai nascer. Lembrei a odisseia que foi a construção de Brasília. Lembrei que somente os revolucionários e os grandes homens conseguem deixar o legado para a história.
Lembrei o décimo sexto presidente americano, Abraham Lincoln, que conduziu seu país para a paz com prudência e firmeza em meio a uma guerra civil que ceifou mais de 600 mil vidas. Lincoln teria dito: “Não tenho outra ambição tão forte quanto a de ser estimado por meus próximos, tornando-me digno de sua estima. Até onde serei capaz de realizar essa ambição ainda está por se revelar”.
Ser estimado por seu próximo é o que todo governante quer. Mas, para que isso ocorra, é necessário trilhar o caminho do trabalho, da humildade e do contato permanente com o povo. É a simplicidade, na prática, que os torna grandes.
“A política é a face do coração.” A frase eu ouvi de Tião Viana. Essa face foi mostrada sem qualquer maquiagem no início da obras da Cidade do Povo. Como diria o escritor colombiano Gabriel García Marquez, é bom demais viver para contar.
O pior é que ainda existe uma oposição iracunda que não enxerga o óbvio: o povo não aceita na sua casa aqueles que apostam na melancolia e no caos para atingir seus objetivos.
Esse tipo de gente esquece que é pela posteridade que se ganha a batalha do tempo. São lembrados por seus feitos aqueles que se colocam a serviço das ideias que têm mais chance de triunfar.
A Cidade do Povo é um feito sem igual em nossa história, e aqueles que a conceberam triunfarão e serão lembrados por essa e pelas gerações futuras.
Leonildo Rosas, secretário de Estado de Comunicação