A história habitacional do Acre ganhou nesta terça-feira, 26, um novo capítulo depois que o governador Tião Viana e o vice-governador César Messias assinaram a ordem de serviço autorizando o início das obras da Cidade do Povo, que concentrará mais de 10.600 unidades habitacionais numa mesma área.
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O ato aconteceu na BR-364, quilômetro 5, local onde será construída a primeira cidade planejada do Estado.
O secretário de Obras do Estado, Wolvenar Camargo, explicou que há nove meses iniciaram-se os trabalhos para as obras desse empreendimento. Camargo observa que será um bairro dentro de Rio Branco com dimensões de uma cidade, por isso foi nominado Cidade do Povo.
“Aqui serão construídas 10.600 unidades habitacionais. Vamos poder tirar as famílias que moram nas áreas mais baixas da cidade, onde alagam, para poderem vir a um local seguro. O governador Tião Viana está de parabéns por poder iniciar essa obra tão importante para a população da cidade de Rio Branco”, disse o secretário de Obras.
Cidade Sustentável
Tião Viana ressalta que o início das obras da Cidade do Povo é um momento histórico para o Estado e por meio desse projeto o Acre vive seu maior programa habitacional – de acordo com ele, certamente figura na lista dos maiores programas habitacionais, em termos de proporções, do Brasil.
“O mais importante de tudo é que a primeira cidade sustentável da Amazônia será erguida nesse ambiente, que terá 50 mil pessoas vivendo aqui – com responsabilidade ambiental, integrando perfis sociais de pessoas que não podem pagar nada, até servidores públicos. Estou muito orgulhoso porque este é um marco definitivo. O Acre agora começa a zerar o déficit habitacional”, declarou Tião Viana.
Para o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, o empreendimento é inovador e está entre os mais importantes projetos executados pelo governo do Estado.
“É uma cidade sustentável que obedece a todos os requisitos da legislação ambiental. A gente vai ter um modelo de habitação com todos os cuidados da habitabilidade, o que é muito mais importante do que somente a casa. A habitabilidade é ter a estrutura necessária, como ruas, escolas”, detalha o prefeito.
Angelim afirmou que, como prefeito da cidade de Rio Branco, reconhece que esse é mais um presente que o município recebe do governo, graças à parceria entre Estado e município.
O secretário de Habitação do Acre, Aurélio Cruz, complementa a explicação de Angelim dizendo que o diferencial é que o empreendimento possui todas as soluções necessárias para habitabilidade que englobam não apenas a obras, mas a solução para as necessidades das famílias que viverão no local.
Processo de seleção para moradores
De acordo com Cruz, o processo para selecionar as famílias que viverão na Cidade do Povo deverá começar nesse segundo momento, após o início das obras. “O levantamento fará parte de um cronograma”, diz.
Porém, o secretário de Habitação assegura que entre as prioridades estão famílias de baixa renda, famílias que vivem em áreas de risco e servidores públicos.
“Nós temos um terço do total do empreendimento que será destinado às famílias que foram atingidas pela última enchente, e outra parte será destinada às famílias com renda de até 1.600 reais que buscam a realização do sonho da casa própria”, frisa o secretário de Habitação.
Impulso na construção civil
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 Na Cidade do Povo será construída toda a infraestrutura necessária para que moradores não precisem sair do bairro |
Antes mesmo de as 10.600 unidades habitacionais ficarem prontas e serem entregues aos moradores, a obra trará benefícios para o Estado. O setor da construção civil deve abrir vagas de emprego, e com isso será gerada renda no Estado. O presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscom), Carlos Afonso, frisou que a Cidade do Povo é uma oportunidade que a construção civil do Acre tem para mostrar seu potencial.
“Esse é um empreendimento que vai alavancar a construção civil do Acre. Sabemos que no nosso Estado a construção civil representa muito para o desenvolvimento. Nós parabenizamos o governo do Estado por essa iniciativa, por esse arrojo e determinação, por acreditar num empreendimento dessa envergadura”, afirmou o presidente do Sinduscom.
Carlos Afonso fez um chamamento aos trabalhadores e empresários do setor de construção civil para que juntos possam mostrar ao Acre e ao Brasil que a categoria que atua no Estado é capaz de atuar em grandes projetos como o Cidade do Povo.
Legislativo apoia empreendimento
Deputados estaduais e vereadores participaram da cerimônia que marcou o início das obras da Cidade do Povo. Estavam presentes os deputados Élson Santiago, presidente da Assembleia Legislativa; Moisés Diniz, líder do governo na Aleac; Geraldo Pereira, Ney Amorim, Maria Antônia, Jonas Lima, Edvaldo Souza, Eduardo Farias, e os vereadores Juracy Nogueira, presidente da Câmara de Rio Branco; Gabriel Forneck, Marcelo Jucá, Roger Correa e Raimundo Vaz.
O deputado Jonas Lima revelou que estava emocionado em participar de um ato que, na visão dele, vai mudar a vida de milhares de famílias. Lima lembrou que, quando o projeto da Cidade do Povo chegou à Assembleia Legislativa, parlamentares de oposição foram contra a proposta.
“Vi o movimento que fizeram contra a Cidade do Povo, e hoje a gente está aqui, vendo essa festa acontecer, sabendo que muitos torceram para que a licença não saísse. Mas hoje quem ganha é o povo do Acre”, comentou Jonas Lima.
Geraldo Pereira, líder do Partido dos Trabalhadores na Aleac, disse que o empreendimento será importante para a reorganização de Rio Branco. Ele pontua que a cidade propiciará a interação entre pessoas de vários níveis sociais. “De forma que essa será uma cidade democrática”, avalia Pereira.
{xtypo_rounded2}Cidade do Povo
Investimento superior a R$ 1 bilhão
Atenderá famílias com renda de zero a R$ 5 mil
10.659 unidades habitacionais
População estimada em 50 mil moradores
Capacidade para ser o terceiro maior município do Estado
Geração de mais de 7 mil empregos (diretos e indiretos)
70% da obra constitui-se de áreas públicas (praças, escolas, creches…)
3.300 unidades habitacionais destinadas a famílias que vivem em áreas de risco
Perspectiva de entrega de 1.000 casas até o fim deste ano.
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