Em razão dos diversos riscos aos quais os profissionais que operam na área da segurança pública estão expostos no dia a dia e que, por vezes, desencadeiam problemas de saúde, nasceu o Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial (Ciab), há dez anos, para a prestação de serviços clínicos a servidores e familiares. Somente no primeiro trimestre deste ano, foram realizados quase mil procedimentos.
Vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), conhecido como Núcleo de Apoio Psicossocial desde março de 2008, o Ciab foi elevado a centro da Sesp em 2014, deixando de atender apenas servidores da Polícia Civil e ampliando os serviços para todas as instituições e forças que compõem o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp).
Conforme aponta o relatório de atendimentos por modalidade do centro, a maior parte da demanda foi por parte da Polícia Civil e do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), somando-se mais de 500 procedimentos destinados às duas instituições.
Os serviços abrangem psicologia, psiquiatria, nutrição, clínica-geral e assistência social, além de acompanhamentos terapêuticos e atividades psicoeducativas. Depressão, transtornos bipolar e do sono, estresse pós-traumático e síndrome do pânico estão entre os principais quadros tratados e acompanhados pela equipe tanto quando os casos envolvem os profissionais quanto quando envolvem pais, filhos ou cônjuges.
“Temos conseguido ter avanços ano após ano, como a implantação recente de um serviço focado nos filhos de servidores, que mediante avaliações diagnósticas mais profundas, conseguimos identificar algum distúrbio ou dificuldades de relacionamentos que acabam gerando problemas na família. Nosso objetivo é sempre detectar a raiz de qualquer problema para que possamos ajudar a solucionar, de modo que o servidor faça seu trabalho e continue bem em relação à sua saúde”, explica a psicóloga e coordenadora do Ciab, Francisca Belém.
Até o fim de 2017, o Ciab realizou quase 18 mil atendimentos. Entre 2008 e 2013, as maiores demandas foram contabilizadas no último ano com 1.972 casos. Vale destacar que a partir de 2014, quando se aumentou a incidência de crimes no estado, esses números saltaram para quase quatro mil e reduziram timidamente nos anos subsequentes. No ano passado, somaram-se 3.252 procedimentos.