aos 16 anos

Estudante coleciona medalhas na Olimpíada de Matemática

Quando se olha para Christopher Souza, logo de cara o observador percebe ser um garoto diferente da maioria dos meninos da sua idade. Enquanto muitos preferem um calçado descolado e calça jeans, ele está quase sempre de óculos, blusa de punho e sapato social.

Centrado e um pouco reservado, ele conta que tem como passatempo favorito ler e assistir série televisa. Quando encontra os amigos, também joga xadrez. Mas o que Christopher tem de tão especial? Ele é simplesmente um acreano de 16 anos que já tem cinco medalhas na maior competição de exatas do país, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Indagado sobre como fez para conseguir tantos prêmios, ele explica: “Sempre me esforcei para aprender matemática mais do que a escola ensina”. Como resultado conseguiu se destacar em nível nacional.

Tudo começou quando ele conquistou uma Menção Honrosa em 2011. Um ano depois passou a colecionar uma medalha de bronze a cada ano, e de 2013 a 2016 conquistou quatro medalhas. Este ano alcançou uma prata, totalizando cinco. “Me sinto realizado porque foi uma premiação do meu esforço naquilo que eu gosto”, conta.

Silva, que atualmente estuda o 3º ano no ensino médio no Colégio Estadual Barão do Rio Branco (CERBR), conta que aprendeu a gostar de matemática ainda criança por influência do pai. “Quando eu tinha uns 4 ou 5 anos o meu pai me ensinou a tabuada e o quanto os números são valiosos na vida”, afirma.

Desde então o estudante explica que a matemática se tornou a sua disciplina favorita. “Quando eu ganhei a minha primeira premiação eu vi o quão amplo era essa área e o quanto eu poderia conquistar com ela”, enfatiza. Prova disso, são suas conquistas ainda no ensino básico. “todas as oportunidades que eu vi que eu tinha e que eu tive foi por meio da matemática”, ressalta.

O acreano tem 5 medalhas, 4 de bronze, 1 de prata e uma Menção Honrosa (foto: Sérgio Vale)

Percurso

Só que para conquistar tamanho destaque Souza precisou se preparar, ir como ele mesmo explica além da sala de aula. “Primeiro foi o meu pai, meu principal incentivador e aquele que me ensino a amar e lidar com os números”. Depois “eu ganhei uma bolsa do PIC que é um programa de matemática mais avançada e isso me estimulou a querer aprender sempre mais”, conta. PIC é o Programa de Iniciação Científica da Obmep direcionados aos vencedores das olimpíadas.

Incentivos

Além disso, o adolescente lembra que contou com o apoio do Instituto de Matemática, Ciências, Filosofias e Ética do Acre (IMCFE) para se preparar para as competições. “Pode colocar ai que eles me ajudaram muito”, delega.

Lá o adolescente fez cursos de Lógica, Matemática I e II e ainda o curso Preparatório para a Obmep, que é uma formação voltada para ajudar os estudantes a se preparar ainda mais para a disputa.

Fechou com chave de prata

Tanta dedicação resultou em cinco medalhas e uma Menção Honrosa. O pai, Evandro Souza, diz que é um grande orgulho, porque sabe da dificuldade do filho e dos momentos difíceis que ele enfrentou para atingir tal mérito.

“Sei as dificuldades que ele tem para ir estudar, para ir para os cursos. Sei que os familiares ajudaram muito nessa batalha, mas foi através do esforço dele mesmo”, desabafa.

Seu Evandro diz que os obstáculos foram superados pelo adolescente porque ele sempre teve muita garra e dedicação. “Ele virava as noites estudando. Eu mandava ele ir dormir e ele dizia, só um pouquinho pai, só um pouquinho pai!  E continuava até altas horas”, conta.

A recompensa por tanta disciplina e dedicação segundo o pai foram consagrados com a medalha de prata na edição 2017. “Era o sonho dele ganhar uma prata ou ouro. Ai tivemos essa linda surpresa, ele não fechou com chave de ouro, mas foi com chave de prata”, comemora.

Souza não pode mais continuar disputando porque já está finalizando o ensino médio, mas diz que a matemática sempre estará entre as suas prioridades e que vai ajudar outros estudantes a conquistaram medalhas. No futuro ele sonha em “fazer Medicina e depois um mestrado em matemática”.

Christopher e os outros três medalhista de prata da edição 2017 (foto: Angela Peres)

Obmep

Além da prata conquistada por Souza, nesta edição os estudantes acreanos conquistaram mais três medalhas de prata 60 de Bronze e 110 de Menção Honrosa. Os vencedores são todos das escolas públicas e tem medalhistas de todas as regionais, da capital ao interior.

A Obmep é a maior Olimpíada estudantil do Brasil e tem como metas estimular o estudo da Matemática e revelar talentos.  É uma competição nacional, que se tornou um marco no calendário escolar de Norte a Sul do país. Este ano, além das escolas públicas a Obmep teve pela primeira vez a participação das escolas particulares.