Chef da culinária Japonesa dá aula em Rio Branco com peixes da Amazônia

Proprietário do Sassá Sushi (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Proprietário do Sassá Sushi (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Nesta quarta-feira, 18, o chef Alexandre Saber, conhecido como Mestre Sassá, ministrará uma aula-show em Rio Branco. O evento, que será realizado no restaurante La Nonna, das 19 às 22 horas, terá a produção de pratos desenvolvidos com o pescado do Acre e conta com a parceria da Peixes da Amazônia.

Proprietário do restaurante de culinária japonesa na capital paulista, o Sassá Sushi, o mestre vem apostando no pescado acreano em seu cardápio. “O sabor suave e a textura. Esses aspectos têm ajudado a contrapor o preconceito que muitas pessoas ainda têm com o peixe de água doce. Prova disso é o fato de termos apostado no pintado cru na culinária japonesa e a receptividade no mercado tem sido ótima”, afirma.

Durante a aula-show, que será destinada a chefs de cozinha convidados, Sassá produzirá os seguintes pratos: sashimis, sushis, ceviche, robata e tempura roll, utilizando as espécies de pintado, tambaqui e pirarucu.

Simultaneamente, outros pratos estarão disponíveis para a degustação do público. Os convidados poderão apreciar um cardápio especial que representam as demais cadeias produtivas de proteína animal do Acre: avicultura, suinocultura e ovinocultura. Para isso, serão utilizados produtos das indústrias Acreaves, Dom Porquito e Cordeiros da Amazônia.

Sassá Sushi

No próprio restaurante, Mestre Sassá desenvolve um projeto de escola de gastronomia e uma proposta inovadora de sistema delivery. Nos cursos de culinária, alguns pratos têm sido elaborados com o peixe do Acre. Na Apas 2016 – feira mundial de supermercadistas realizada no início deste mês em São Paulo – o Sassá Sushi lançou uma linha de pratos específicos para a comercialização em atacado, que serão distribuídos pelo Grupo Pão de Açúcar.

Peixes da Amazônia

O Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia representa o desenvolvimento do processo de industrialização no Acre. Com um centro de produção de alevinos, uma fábrica de ração e um frigorífico de processamento, a indústria adota um modelo de gestão que envolve as esferas pública, privada e comunitária, que beneficia diretamente do pequeno ao grande produtor no estado.

Nessa parceria, o governo – por meio da Agência de Negócios do Acre (Anac) – detém 35% das ações, os sócios privados, 21%, um Fundo de Investimento em Empresas Sustentáveis da Amazônia 33%, e o restante pertence ao comunitário, por meio de cooperativa de piscicultores.

A fábrica de ração é a primeira especializada no Brasil na produção de alimentos para peixes carnívoros. Já o centro de alevinagem possui 40 hectares de lâmina d’água para a reprodução das espécies de pintado, pirarucu e tambaqui. O frigorífico, que tem capacidade para processar até 20.000 toneladas de pescado por ano, no momento trabalha com cortes congelados especiais das espécies.

Assim, a cadeia produtiva da piscicultura no Acre se consolida, de modo que num mesmo local sejam fornecidos os alevinos e a ração aos produtores sócios, para que eles possam, a partir da compra de insumos, fazer a engorda dos peixes, que depois retornam para o processamento na própria indústria.

Geração de empregos e mercado

Localizado na BR-364, sentido Rio Branco – Porto Velho (RO), o Complexo de Piscicultura é a oportunidade de emprego para as famílias que moram em vilas daquela região. Ao todo, a indústria já gerou diretamente 165 empregos.

Segundo o gerente de operações do frigorífico, Jair Bataline, no início eram processadas cerca de 2,5 toneladas de pescado por dia. Hoje a média é de 20 toneladas. O mercado nacional, de forma nada tímida, foi conquistado.

Uma clientela exigente, como o Grupo Pão de Açúcar (GPA), firmou a compra semanal com a empresa. Se antes saíam do complexo dez toneladas de peixe inteiro fresco, essa quantidade saltou para 15 toneladas e já está em fase de contratação a venda de cortes congelados com valor agregado.

Só no período da Semana Santa a Peixes da Amazônia comercializou 200 toneladas de pescado. Desse total, 140 saíram para o mercado externo. No mês de abril, o Acre também recebeu a boa notícia de que o pescado do complexo vai ser vendido para a empresa responsável pela alimentação dos atletas que participarão das Olimpíadas, que serão realizadas no Brasil em agosto deste ano.

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