Antônio Sampaio foi um dos últimos a entregar a documentação para o cadastro estadual de médicos brasileiros formados em outros países, no final da tarde desta quinta-feira, 5. O cadastro foi realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Antônio trouxe os documentos de seu amigo, o médico Taisson Damasceno, 26, natural de Tarauacá, formado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. “Taisson se formou neste ano. Essa é a grande chance dele”, disse.
Dados parciais apontam 401 médicos cadastrados. Profissionais de sete estados brasileiros entregaram os documentos. Rondônia e Mato Grosso foram os mais representados, além do Acre. Apesar de ser um cadastro de médicos brasileiros formados em outros países, muitos estrangeiros buscaram se inscrever. “Médicos da Bolívia, Peru e até da Argentina nos procuraram”, disse a dentista da Sesacre, Verônica Fernandes, uma das organizadoras do cadastro estadual.
Durante toda a semana, os médicos brasileiros formados em outros países puderam se cadastrar, apresentando cópias de RG, CPF, comprovante de endereço e diploma. Somente no primeiro dia, foram quase cem inscritos.
O cadastro tem como objetivo identificar os médicos brasileiros formados em outros países que desejam fazer parte do programa Mais Médicos e trabalhar no Acre. Com o cadastro em mãos, representantes do governo e parlamentares do Estado vão até Brasília buscar apoio do Ministério da Saúde na contratação dos profissionais cadastrados.
Entre os médicos que estão na expectativa do contrato está Juscelino da Silva dos Santos, 26, de Feijó. Juscelino também se formou em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, no ano passado. Até hoje, não conseguiu exercer a medicina oficialmente. “Tentei me inscrever pelo programa Mais Médicos, mas fui barrado no quesito registro profissional. O sistema exigia o registro o Título de Provisão Nacional da Bolívia, o CRM brasileiro”, contou.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, a necessidade do Acre é de 300 médicos, mas somente 60 se inscreveram no programa Mais Médicos para trabalhar no estado. “Somente 14 homologaram a inscrição. Por isso, precisamos fazer um esforço para suprir nossa demanda de médicos na atenção básica. O cadastro estadual é uma saída para que possamos buscar apoio do Ministério da Saúde para contratar mais médicos”, destacou.