Para ter o acompanhamento realizado no CER, paciente precisa ser encaminhado pelo médico à unidade
Em agosto de 2020, o Centro Especializado em Reabilitação (CER) voltou com os atendimentos de reabilitação ortopédica, neuro motora, auditiva e intelectual. Desde a retomada dos serviços, a unidade já realizou 3.233 procedimentos até o mês de novembro. Além desses serviços, o Centro começou a cuidar também dos pacientes que tiveram Covid-19.
Tendo em vista que uma das principais características da infecção causada pelo novo coronavírus é a dificuldade para respirar, o CER oferece a reabilitação cardiopulmonar, uma terapia voltada para o bom funcionamento do coração e do pulmão. Desde o dia 7 de outubro, cerca de 17 pacientes pós-Covid-19 já foram atendidos.
“Todos os dias recebemos pacientes que tiveram Covid-19”, conta a gerente administrativa, Sneyla Santos, que ainda salienta que todas as medidas estão sendo adotadas para o cumprimento dos protocolos sanitários de prevenção ao coronavírus.
Um Centro para o recomeço
Um bebê por volta dos 4 a 10 meses de idade já inicia as primeiras tentativas para engatinhar. Balança os pés, tenta levantar e faz de tudo para se mover. São indícios de que ele está prestes a andar e, após o primeiro passo, o trabalho dos pais será o de treiná-lo, de estimular o equilíbrio e postura correta. Lá no CER é assim: os primeiros passos para um recomeço.
Apesar da maioria dos pacientes que chega ao CER ser adulta, a unidade adota a filosofia de trabalhar com cada um como se fosse uma criança que começa a engatinhar: a equipe treina e estimula os movimentos motores, auditivos e intelectuais do paciente para que ele caminhe, literal e figuradamente, para a frente.
Além disso, a equipe é formada por profissionais de diversas áreas, como explica o fisioterapeuta Dhamacynho César de Lima. “Além de fisioterapeutas, nossa equipe é formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos e nutricionistas, pois além de sequelas funcionais o paciente pode desenvolver algum transtorno por estresse pós-traumático”.
No início de dezembro, o colunista social Vagno Di Paula foi atendido às pressas por apresentar sintomas graves da Covid-19, como a dificuldade para respirar. Ele recebeu alta na última segunda-feira, 20, e agora é mais um paciente da reabilitação cardiopulmonar do CER.
Vagno, assim como tantas outras pessoas que passaram pela mesma situação, representam o sopro da vida, a segunda chance, o recomeço. Confira alguns trechos do depoimento do colunista social:
“O vírus é invisível, mas quando chega, ele toma teu corpo, teu pulmão, prende a tua respiração e é quando você vai valorizar a respiração, a vida. Então, por favor, se proteja e proteja seus familiares.”
“Ninguém está imune. Nós temos que nos adaptar, porque depois dessa pandemia nós não vamos nos abraçar como nos abraçávamos, limitaremos locais. Acreditem, por favor, usem máscara, não sofram.”
“Eu presenciei momentos dolorosos porque, além de mim, também vi o sofrimento de pessoas jovens. Não tem idade.”
