Central de Transplantes do Estado trabalha para aumentar o número de doadores no Acre

O Acre é referência na Região Norte no transplante de fígado, córnea e, recentemente, foi habilitado também para realizar transplantes de rim. Para quem recebe um órgão é um momento de renascimento, mas, nos bastidores, um longo processo é necessário a fim de garantir a disponibilidade dos órgãos. Este papel é exercido pela Central de Transplantes do Acre, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

Até o momento,  o Acre já realizou, por meio da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), 96 transplantes renais e 329 transplantes de córnea. Nesta semana, o estado alcançou a marca de 87 transplantes de fígado, com a cirurgia do paciente Raimundo Matos, de 67 anos, totalizando 512 procedimentos.

Celiane Alves é coordenadora da Central de Transplantes do Acre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

De acordo com Celiane Alves, coordenadora da Central de Transplantes do Acre, à medida que o Sistema Nacional faz a oferta dos órgãos, automaticamente é repassado para o hospital transplantador, mas para chegar à execução final do procedimento cirúrgico, que consiste na reposição de um órgão do receptor por outro órgão do doador, o protocolo segue minuciosas etapas.

“A Organização de Procura de Órgãos (OPO) faz a captação de potenciais doadores, por meio de visitas periódicas nas UTIs do Pronto-Socorro de Rio Branco e demais hospitais e, caso o quadro médico do paciente venha a se agravar, tornando-o um possível doador, abre-se um protocolo de morte encefálica. Ele será submetido a diversos exames, como o teste de apneia e exame de eletroencefalograma, que comprovem que não existe mais atividade cerebral. Após o laudo médico do neurologista que confirme o óbito, são iniciadas as tratativas com os familiares, com intermédio da Central de Transplantes, que realiza as entrevistas para esclarecimento do cenário favorável para a doação, retirando as possíveis dúvidas e, por fim, solicitando a autorização da família, conforme prevê a Lei nº 9.434”, explica Celiane Alves.

O processo é regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que estabelece diretrizes para a captação, distribuição e transplante de órgãos. Essas distribuições são executadas conforme a lista única do SNT, que prioriza os pacientes com base em critérios de urgência, compatibilidade e então os órgãos são transportados para os hospitais onde os receptores aguardam o transplante.

Central é responsável pela fase inicial dos transplantes, que consiste no monitoramento de possíveis doadores e contato com a família. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

No Estado do Acre, a Central de Transplantes efetua a logística para a captação e transporte dos órgãos, garantindo que sejam realizados dentro do prazo necessário para a viabilidade dos transplantes e que a doação ocorra de maneira eficiente. É de responsabilidade da instituição também manter atualizado o cadastro de pacientes que aguardam transplantes, assegurando que todos sejam atendidos de forma justa e transparente, trabalhando em conjunto com hospitais e outras entidades que otimizam o processo.

“Nós entendemos que o falecimento de um ente querido é um momento de extrema dor, mas, ao mesmo tempo, há outras pessoas sofrendo pois precisam de um órgão para sobreviver ou até mesmo para voltar a enxergar, como é o caso das córneas. Por isso, fazemos esse apelo para que as pessoas conversem sobre isso com seus familiares e pedimos que as famílias sejam solidárias e que autorizem a doação de órgãos, porque a gente só vai poder organizar e ofertar o órgão se a família autorizar”, instrui a responsável pela Central de Transplantes.

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