Ceflora encerra Protejo com festival no Teatro dos Nauas

Foram oferecidas oficinas de cidadania, direitos humanos, trabalho social e cursos específicos de formação profissional

 

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No palco aconteceram apresentações de teatro, radionovela, músicas e danças, oportunidade em que os jovens do Protejo puderam mostrar sua arte e alegria (Fotos: Onofre Brito/Secom)

Depois de um ano e quatro meses cumprindo uma carga horária de 800 horas, 130 jovens cruzeirenses concluíram na íntegra o projeto ‘Proteção de Jovens em Territórios Vulneráveis’ (Protejo). As atividades iniciaram no ano passado com 200 jovens, mas 70 deles se afastaram por motivos diversos como viagens, emprego ou passaram em vestibular, mas assim mesmo receberam certificados nos cursos que concluíram. O Protejo é uma parceria entre o Ministério da Justiça e o Governo do Estado, executado pelo Instituto Dom Moacir, através do Ceflora. Em todo o estado, 810 jovens tiveram acesso ao Protejo, além de Cruzeiro do Sul, 530 em Rio Branco e 80 em Brasiléia, com idades de 15 a 24 anos.

O Protejo é um dos mais importantes projetos do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (PRONASCI) e tem objetivo de promover a proteção, inclusão, protagonismo e formação cidadã de jovens expostos à violência familiar ou urbana. Inicialmente o Protejo seria executado apenas nas grandes cidades brasileiras, mas, graças ao empenho pessoal do governador Binho Marques, foi possível trazer o projeto ao Acre, sob argumento de que abrange regiões fronteiriças, onde a vulnerabilidade social é muito expressiva.

Durante o período de estudos aconteceram oficinas de cidadania, direitos humanos, trabalho social, sexualidade, drogas, economia solidária e cursos específicos de formação profissional como fotografia, desenho, diagramação, jornal comunitário, corte e costura, marcenaria, jardinagem, manicure e pedicure, doces e salgados, panificação e massas.

No mercado de trabalho

O coordenador do Ceflora Raimundo Evilásio Lima lembra que o Protejo atendeu jovens das ZAPs 6 e 7 (zonas de atendimento prioritário) abrangendo os bairros Várzea, Miritizal, Cobal, Remanso, Lagoa, São José e Cruzeirão, que estão entre os bairros mais carentes de Cruzeiro do Sul e salienta que os jovens que concluíram os cursos de panificação, corte e escova e colorimetria já estão se dando bem no mercado de trabalho. O curso de panificação, por exemplo, durou 160 horas e, dos 30 que o concluíram, 12 já estão empregados. Muitos dos que fizeram ‘corte e escova’ e colorimetria já estão trabalhando por conta, em casa ou atendem a domicílio, ou empregados nos salões locais.  O curso de informática é importante trunfo para muitos em busca de um emprego e o Ceflora já expediu cerca de 50 declarações de conclusão do curso para alunos que estão na luta para trabalhar.

O diretor-presidente do Instituto Dom Moacir, Irailton Lima, considera o Protejo uma das boas idéias que prosperaram no Governo Lula em ações voltadas para a juventude em busca do primeiro emprego. Para ele foi um projeto difícil, mas inovador e que rendeu resultados extraordinários, não só para o governo, para o Instituto Dom Moacir, com o aprendizado desenvolvido, mas principalmente para os jovens envolvidos, geralmente em situação de vulnerabilidade social. "Os jovens tiveram oportunidade de estudar a situação da sua convivência social, a situação de sua comunidade, sua própria vida com a comunidade e tiveram oportunidade de fazer uma qualificação profissional que lhes possibilita melhor inserção no mercado de trabalho". Segundo, Irailton o objetivo é dar sequência ao trabalho no Estado, junto com o Ministério da Justiça.

Festival Protejo da Juventude Cruzeirense

Foi muito bonita a festa de encerramento do Protejo que levou o nome de ‘Festival Protejo da Juventude Cruzeirense’. O salão de entrada do Teatro dos Náuas foi todo ornamentado com materiais produzidos pelos alunos do Protejo, durante os diversos cursos e oficinas. Vários painéis temáticos com desenhos a grafite, pinturas, fotografias, montagens abordavam temas como ‘adivinhações cruzeirenses’ ‘crendices e superstições’, ‘ditados populares’, etc. Além disso, houve exposição de plantas, óleos medicinais, bonecos. Os doces e salgados servidos após a solenidade foram feitos por alunos do curso respectivo. Os alunos e alunas que passaram por tratos nos cabelos e maquiagem para as apresentações no palco também foram produzidos pelos alunos do Protejo.

Também foram distribuídos exemplares de três publicações dos alunos do Protejo: uma sobre medicina popular, outra sobre culinária e um dicionário de expressões típicas cruzeirenses. No palco aconteceram apresentações de teatro, radio novela, músicas e danças, oportunidade em que os jovens do Protejo puderam mostrar sua arte e alegria. Ao final a alegria de receber os certificados juntos aos pais amigos e parentes. 

O jovem Sisnando Júnior fez o curso de panificação mas se identificou mesmo com o curso de desenho. Disse que já tinha uma inclinação para o desenho e conseguiu aprimorar e adquirir conhecimentos novos na arte. Ele se anima com as possibilidades que se abrem: "Eu me sinto mais preparado para integrar o mercado de trabalho, tenho mais opções e me sinto mudado; eu fui moldado, vamos dizer assim, nesse período de curso".

Silas da Silva Gonçalves, outro formando, salienta que gostou não somente pela preparação para o mercado do trabalho, mas também pelo convívio social. "Tenho novos colegas, fiz novas amizades. Participei de todas as oficinas, fiz cursos de diagramação, panificação e desenho. Tudo isso passa a ter grande influência em minha vida".

A jovem Maria Eliana de Freitas conta que participou de 14 oficinas e vai se valer do conhecimento que adquiriu para trabalhar: "Pude aprender uma infinidade de novas coisas e adquiri conhecimentos que me permitem trabalhar".
Rosilene Silva da Conceição disse que o que mais apreciou no Protejo foi a oficina sobre sustentabilidade e florestania. "Gostaria de trabalhar nesta área no futuro. As oficinas nos deram grandes conhecimentos e os certificados vão ajudar bastante para a gente conseguir emprego". Ela destacou ainda que o estudo no Protejo melhorou seu desempenho escolar. Ela também se diz orgulhosa de estudar no Ceflora. "Onde a gente chega e diz que é aluno do Ceflora, logo chama a atenção".

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