Católicos viajam de barco para chegar à Festa de São Sebastião

Hermes e Marcos reuniram as famílias, amigos, construíram o barco e foram de Rio Branco para Xapuri acompanhar a Festa (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Hermes e Marcos reuniram as famílias, amigos, construíram o barco e foram de Rio Branco para Xapuri acompanhar a Festa (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A Festa de São Sebastião, que reúne de 10 a 15 mil pessoas em Xapuri, não recebe visitantes de todo o Acre apenas por terra. Centenas de participantes costumam chegar de barco, principalmente do tipo batelão, mudando a paisagem à beira do Rio Acre.

Além de participar da festa e procissão em homenagem ao Santo, os fiéis reúnem a família, amigos e se divertem, garantindo que a viagem pelo rio é mais atraente que qualquer outra.

Vindos de Rio Branco, numa viagem que durou dois dias, Hermes Roberto já é um participante assíduo da Festa de São Sebastião, enquanto o amigo Marcos Pelo veio pela primeira vez. Com suas famílias, ao todo 14 pessoas vieram no barco que foi construído especialmente para essa viagem.

“A gente tem o costume de participar e é um momento de confraternização pra gente, pra família. E ainda veio mais gente de carro. A festa tem crescido, vamos acompanhando todo ano e gente vê evoluir”, explica Hermes, deitado em sua rede atada dentro da embarcação que possui até mesmo cozinha completa e um freezer pra preservar carnes e bebidas.

Missionário da comunidade onde vive, Marcos Pelo se disse surpreso. “É gostoso fazer a viagem de barco porque vemos a paisagem. Nós católicos adoramos Deus sob todas as coisas, mas também temos devoção por São Sebastião”.

Pela família

Raimunda da Silva diz ter alcançado uma graça por intermédio do santo e trouxe toda a família de batelão (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Raimunda da Silva diz ter alcançado uma graça por intermédio do santo e trouxe toda a família de batelão (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Num batelão mais modesto, mas ainda assim confortável, Raimunda da Silva leva a família toda para a Festa de São Sebastião. Vindos de Capixaba, enfrentando 12 horas de subida no rio, a família se aconchega esperando a hora da procissão, o ápice da festa.

“Um dos meus filhos levou uma facada. Fiz uma promessa pra São Sebastião que se ele saísse vivo e bem, eu viria para a procissão deste ano ofertar e agradecer. E agora estamos todos aqui”, conta a senhora.

Filho de Raimunda, Francimar Rodrigues, conta que foi a primeira vez que a família resolveu ir de barco para a festa em Xapuri. Ribeirinhos, disse que a experiência valeu muito a pena. “Você vem vendo a paisagem toda. Não sei porque não fizemos isso antes, nas próximas agora vai ser assim”.

Catraias movimentadas

Os batelões na beira do rio chamam a atenção da população da cidade (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Os batelões na beira do rio chamam a atenção da população da cidade (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A Festa de São Sebastião não movimenta só barcos em Xapuri, mas as catraias também têm um dia cheio. Trabalhando entre a travessia da cidade e a vila Sibéria, Damião da Silva não é um catraiero fixo do ponto, mas aproveitou o dia para trabalhar no rio.

“Muita gente prefere vir de balsa lá pelo outro lado e as catraias estão sendo usadas cada vez menos, mas hoje ainda temos um movimento maior por aqui”, conta Damião.

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