Desafio é levar inovação tecnológica e agregar valor à cadeia produtiva da mandioca
No Polo Agroflorestal Xapuri foi implantada uma casa de farinha. A agroindústria está produzindo cerca de 300 quilos do produto por dia, uma atividade que envolve 25 famílias. Esse é um exemplo positivo do Projeto 102 Casas de Farinha ,que vem sendo desenvolvido no Acre. A consolidação de agroindústrias das cadeias produtivas prioritárias da mandioca, fruticultura e leite, entre outras, é objetivo do Projeto Desenvolvimento da Agroindústria do Plano de Governo de Tião Viana.
A implantação de casas de farinha e subprodutos prevê a modernização das casas de farinha e a criação de condições para exploração de subprodutos da mandioca. O desafio é levar a inovação tecnológica e agregação de valor à cadeia produtiva da mandioca, a valorização dos produtos da agricultura familiar e a segurança alimentar com visão econômica organizada.
O Banco do Brasil participa do projeto financiando a implantação de 102 das casas com recursos da carteira de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). Para o projeto 102 Casas de Farinha, o valor do financiamento é de R$ 2,4 milhões. O projeto foi dividido em três etapas. A primeira está quase concluída, com 28 casas de farinha construídas. Para a segunda etapa são 42 casas de farinha e 30 estão sendo construídas, Para outras 12 já foram assinados os contratos para a construção. Na terceira etapa serão construídas 30 casas de farinha.
Produtores apontam necessidades
Durante seminário realizado com associações e cooperativas e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Acre (Fetacre), foram levantadas as demandas para a construção de políticas públicas para o setor. Foi o primeiro seminário Cadeia Produtiva da Mandioca.
Foram feitas exposições sobre a política de desenvolvimento regional sustentável do Banco do Brasil, a política de incentivo e crédito para cadeia produtiva da mandioca, exigência do mercado consumidor de farinha de mandioca e seus derivados. E também assuntos relacionados a gestão, produção e industrialização do produto.
Durante um oficina técnica foram discutidos a assistência técnica da produção e processamento da matéria-prima, escoamento da produção, estradas, crédito, transporte, armazenamento e organização da produção.
Capacitação dos produtores
A capacitação dos produtores familiares tem o apoio do governo do Estado, que através do Instituto de Educação Profissional Dom Moacyr e Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) promove projetos de Formação Inicial e Continuada em Melhoramento e Beneficiamento da Farinha, através da Escola da Floresta. O curso possui carga horária inicial de 80 horas e atende diretamente produtores rurais associados em empreendimentos que se vinculam as cadeias produtivas da mandioca em todo o Estado.
O curso objetiva as boas práticas na manipulação da mandioca e seus derivados, como farinha, goma e farinha de tapioca. O trabalho com os produtores rurais busca melhores técnicas para melhoria da qualidade e eficácia na produção dos produtos.
Manutenção dos ramais
O Programa de Recuperação e Conservação de Ramais, executado anualmente pelo governo do Estado em parceria com as prefeituras, também faz parte do conjunto de ações para consolidação das cadeia produtivas. No Acre são mais de sete mil quilômetros de ramais que precisam ser trabalhados todo ano.
As prioridades foram definidas em conjunto com os produtores familiares e poder público. “Os ramais são muito importantes para escoar a produção”, explica o gerente de produção de grãos da Seaprof, Hermes Pereira. Nessa atividade, o governo do Estado fornece máquinas, e os produtores familiares, o óleo diesel.
Mecanização agrícola
A mecanização de áreas para plantio de mandioca também é importante no processo de consolidação da cadeia produtiva. O Incentivo à Ampliação da Mecanização Agrícola, subprojeto do plano de governo, prevê a cessão de máquinas para grupos de produtores que ainda não tenham acesso à mecanização para preparar o solo para o plantio; assistência técnica aos proprietários de máquinas e equipamentos e ampliação do acesso a crédito para que novos produtores possam adquirir seus próprios equipamentos.
O desafio é viabilizar a destoca de 10.500 hectares, para 3.500 produtores; viabilizar a mecanização (aração e gradagem) por meio de ação direta do Estado e do setor privado, em áreas já destocadas, com incremento anual de 5 mil hectares, a começar em 2011 com 15 mil hectares.
No caso da cadeia produtiva da mandioca está previsto a mecanização em 12 municípios, de Manoel Urbano a Assis Brasil e dois distritos que são Campinas e Humaitá. Cada propriedade terá direito a mecanização de dois hectares para plantio da mandioca num total de 30 hectares por cada casa de farinha. Essa mecanização resultará na produção de 300 toneladas por ano de farinha.