As mães de bebês que nascem prematuros e ficam por algum tempo internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança ou em outras situações em que a mulher está grávida, por exemplo, e precisa permanecer em tratamento na Maternidade Bárbara Heliodora, mas não tem onde ficar, têm um lugar especial para se hospedar durante estes dias.
O lar provisório, conhecido como Casa de Bárbara, localizado há poucos metros do Hospital da Criança, é uma mão na roda, seja para as mulheres que precisam amamentar os bebês a cada três horas ou para as que acompanham os filhos internados, mas não podem gastar com passagens de ida e volta para casa, por conta da distância.
“A prioridade da casa são as mães e acompanhantes que vêm de municípios, mas também acolhemos as que moram muito longe e não tem condições de estar indo e vindo o tempo todo. Já recebemos mulheres de outros estados, como Rondônia, e até do Peru e da Bolívia”, disse a Assistente Social Cleiciany Lira.
Funcionando desde 2012, o abrigo possui quatro cômodos – sala, cozinha e dois quartos com 16 leitos. O tempo de permanência é variável. Já passaram pela casa mais de 1,2 mil mulheres. A média anual é de 228,6.
As cuidadoras se revezam para auxiliar as hóspedes que, para passar o tempo, aprendem a confeccionar artesanatos com tecidos e materiais recicláveis. O abrigo também disponibiliza café, almoço e janta.
“Sempre buscamos também fazer algo diferente nas datas comemorativas. Um café da manhã ou lanche mais caprichado, um Dia da Beleza para elas, porque nós acabamos sendo as pessoas mais próximas a elas durante os dias em que estão aqui, então fazemos o possível para que se sintam bem”, complementou Cleiciany.
Na Casa de Bárbara, todas as mulheres se ajudam e dividem tarefas. As que não estão de resguardo cozinham e ajudam na limpeza, como se estivessem em casa.
Kércia Souza, 30 anos, chegou à casa nesta quinta-feira, 5. Do Seringal Bom Destino, ela veio a Rio Branco para dar à luz ao quarto filho, um menino que precisou ficar na incubadora para fortalecer os pulmões.
“Eu tenho alguns parentes aqui em Rio Branco, mas todos moram longe. Não ia ter condições de ir e voltar de três em três horas pra dar de mamar ao bebê. Aqui, só atravesso a rua e já posso ver meu filho”.