Porto Acre foi fundada em 3 de janeiro de 1899 pelo Ministro Plenipotenciário José Paravicini, sob a égide do presidente da República da Bolívia, com o nome de Puerto Alonso. Durante a Revolução Acreana foi um local de importantes batalhas e também capital da República do Acre.
A vila foi elevada a município só em 1993, quando foi desmembrado da capital, Rio Branco. Até o fim do século XIX fazia parte do território boliviano, cuja soberania era reconhecida pelo Brasil. Hoje, a cidade é memória do que foi no passado, com apenas 1.841 habitantes vivendo no núcleo urbano – cerca de 13% da população do município se concentra no núcleo urbano.
Ocupado por migrantes nordestinos no século XIX e tendo como atrativo a extração da borracha, o município de Porto Acre apresenta-se no contexto histórico do Estado como marco na luta pela independência de seu povo.
Na cidade podemos encontrar uma Sala Memória, um dos últimos bens arquitetônicos antigos do município. O local é réplica de uma velha igrejinha, construída no fim da década de 1940, e desde os anos 80 funciona como museu de documentos, fotografias e objetos referentes à Revolução Acreana. O espaço reúne cerca de 150 peças históricas.
Os visitantes também se deparam com um planalto, onde existiam trincheiras cavadas pelo exército acreano para proteção contra os tiros disparados pelos soldados inimigos e o pouco que restou da infraestrutura da casa de renda construída próxima ao rio, onde eram taxados os produtos abastecidos pelas embarcações que ali chegavam.
O local registrou nove dias de intensos combates que resultaram na retomada de Porto Acre e o fim do conflito.
O que é, afinal, educação patrimonial?
Durante a passagem da caravana, sua equipe realiza o levantamento histórico das cidades, a fim de garantir a visibilidade de pessoas, bens materiais e imateriais, memória social, patrimônio cultural e identidade e a relação que existe entre esses três conceitos – conceitos que também são trabalhados durante a oficina de educação patrimonial.
O trabalho de Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, gerando novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.
Maria Ferreira, gestora do ponto de cultura de Porto Acre, destaca alguns detalhes sobre a passagem da caravana. “Essa ação veio para sacudir os municípios no que se diz respeito à cultura e à memoria. Nós não podemos deixar passar a nossa história. Somos, sem duvida, os principais disseminadoras de nossa própria memoria”, afirmou.
A Caravana de Cultura e Humanização é um projeto promovido pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e da Diretoria de Humanização da Gestão Pública.