Caravana de Cultura e Humanização destaca a memória dos municípios

Entrada da cidade do Bujari (Foto: Stael Maia)

Entrada da cidade do Bujari (Foto: Stael Maia)

Bujari é o munícipio mais próximo de Rio Branco ficando a 20 km da capital, tem sua história ligada, principalmente, a construção da BR-364, no trecho que liga os municípios de Rio Branco à Sena Madureira. Bujari começou como uma colocação de seringas e sua origem está relacionada, comercialmente, ao extrativismo vegetal.

As terras faziam parte do Seringal Empresa, fundado pelo cearense Neutel Maia, em 28 de dezembro de 1882. Quando o Acre foi elevado à categoria de Estado, residiam no Bujari apenas três famílias que viviam da borracha e de pequenas plantações. Porém, o primeiro avanço populacional considerado, foi em 1969 quando por ocasião da construção da BR-364 muitas famílias começaram a se instalar às margens da estrada.

O Acre viveu o grande movimento chamado ciclo da borracha, alavancando sua economia e criando novas oportunidades de emprego, além de proporcionar uma grande migração nordestina. A borracha foi o principal fator que influenciou a povoação do município do Bujari.

A grande novidade no município foi à chegada 5º Batalhão de Engenharia e Construção na década de 60, que na ocasião estavam trabalhando na construção da BR 364. A chegada dos militares chamava a atenção de muitos curiosos, e logo foi construída a primeira área de lazer da região, o campo de futebol do Batalhão de Engenharia.

Já na década de 70 com estimulo dado pelo Governo Estadual para o investimento de capitais as empresas do sul do país  influenciaram na desativação em massa dos seringais do Acre. A economia da borracha cedeu aos poucos lugar para a pecuária, e os seringueiros residentes no Bujari tiveram que procurar outros meios de ganhar dinheiro. Bujari só passou a ser munícipio em 1992.

Pioneirismo em terras Acreanas

Moisés Torres exibe com orgulho a 2ª Edição do do seu livre, Bujari (Foto: Stael Maia)

Moisés Torres exibe com orgulho a 2ª Edição do do seu livre, Bujari (Foto: Stael Maia)

Durante a passagem da Caravana, sua equipe realiza o levantamento histórico das cidades, a fim de garantir a visibilidade de pessoas, bens materiais e imateriais, estabelecendo com a comunidade um canal de comunicação por meio da oficina de comunicação patrimonial.

Nascido no município de Aurora no interior do Ceara, Moisés Torres, 68, conta sua experiência de 38 anos como morador do Bujari. Veio com toda família para o Acre em busca de ganhar a vida cortando seringa, sua primeira residência foi no Seringal São José, localizado as margens do Rio Xapuri.

“Cheguei no Bujari com mulher e filhos, tinha cerca de dez famílias morando aqui. Meu primeiro emprego foi como professor, mas naquela época só bastava saber ler e escrever, e já tava pronto pra lecionar. Fui o primeiro diretor da primeira escola do Bujari, a tradicional São Joao Batista. Hoje sou pedagogo pela Universidade de Brasilia (UNB), mas não foi fácil chegar ate onde cheguei, hoje é mais fácil ser graduado”, afirma Torres.

Moisés afirma com orgulho ser apaixonado pelo Acre, é autor do livro “Bujari”, que conta toda a história do município e já está em processo de elaboração  a terceira edição. Ele é pai de seis filhos, e um deles se destaca no cenário artístico do estado, Mardilson Torres, autor da exposição de pinturas contemporâneas “Mitos”, exposta no hall do Palácio das Secretarias.

“Não pretendo sair do Acre nunca mais, aprendi a respeitar e a amar a história desse Estado. Me desculpe quem pensa o contrário, eu acho o hino brasileiro lindo, mas o Acreano é o melhor de todos, tem a letra carregada de emoção, de memoria e de luta do povo, foi no Acre que eu fiz minha história”, concluiu Moisés.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter