CAP/AC convoca escolas para adaptação de livros e materiais pedagógicos

Adaptação do material didático é feita de maneira personalizada (Foto: Eduardo Gomes/SEE)

O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP/AC) está convocando professores e coordenações das escolas da rede estadual de ensino de todo o estado para adaptação em áudio ou transcrição para braile dos materiais didáticos e pedagógicos para os alunos cegos ou com baixa visão.

Esse é um trabalho que o CAP/AC desenvolve há vários anos e está de acordo a lei nº 10.098/2000, que estabelece as normas gerais e critérios básicos para acessibilidade das pessoas com deficiência.

Porém, de acordo com a coordenadora Gercineide Maia, para que os materiais sejam adaptados, a instituição precisa que as escolas entrem contato e encaminhem os materiais dos alunos deficientes visuais.

“A escola que tiver um aluno cego ou com baixa visão, o CAP/AC está aqui para dar o apoio e orientação, fazer a avaliação educacional e produzir o livro, mas nós precisamos que as escolas entrem em contato conosco”, reforça.

Segundo o secretário de Estado de Educação e Esporte (SEE), Marco Brandão, com essa iniciativa o Estado garante um direito fundamental.

“O estudante com deficiência deve ser assistido pela rede. O CAP/AC é o instrumento que o governo disponibiliza para que esse aluno tenha esse direito garantido”, lembra Brandão.

Produções são revisadas e corrigidas sempre que necessário (Foto: Eduardo Gomes/SEE)

Um trabalho feito com amor

A coordenadora explica que todos os livros didáticos e paradidáticos podem ser adaptados de acordo com as necessidades dos alunos. Além disso, materiais como figuras e ilustrações também são adequados.

“Para os usuários do braile, os materiais serão transcritos. Para os que ainda não foram alfabetizados no método, os livros serão adaptados em áudio”, esclarece.

As adaptações em áudio são feitas com o auxílio de programa de computador e os professores deficientes visuais fazem toda a revisão. “Às vezes o erro é imperceptível para a gente que enxerga, mas não escapará para o cego. Com essa identificação, os livros voltam e a gente refaz tudo”, explica a professora Janaína Freitas, uma das responsáveis pelas produções em áudio.

Todos os trechos escritos dos livros são narrados por uma voz padrão (Foto: Eduardo Gomes/SEE)

As figuras e ilustrações são feitas em auto-relevo e com diferentes texturas. Uma atividade que envolve muita paciência e criatividade das profissionais da instituição, entre elas as professoras Cristina Nogueira e Maria Otacília Pereira.

“Nós trabalhamos todas as disciplinas, desde as exatas até as humanas. Os mapas são os mais difíceis de adaptar. Nós usamos texturas diferenciadas. No mapa do Brasil, por exemplo, nós temos que usar 27 texturas diferentes”, explica Nogueira.

A professora Maria Otacília conta que a produção é feita com muito cuidado e é sempre bem vistoriada. Um único erro exige que seja refeito todo o trabalho, desde o começo.

“A gente trabalha com o que pode e no que a gente faz. Procuramos colocar todo o amor e nossa dedicação, porque o deficiente visual está lá sozinho. Queremos que ele sinta nossa dedicação e aproximação, por meio desse trabalho”, acrescenta.

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