Abordagem utiliza linguagem direta e muita informação para conscientizar população sobre a importância da doação de órgãos
Equipes da Central de Transplantes da Fundação Hospital do Acre (Fundhacre) e acadêmicos do curso de Serviço Social se revezam, durante a Expoacre, no trabalho de esclarecimento à população sobre a importância da doação de órgãos e do transplante. A campanha informativa e de conscientização quer elucidar o procedimento médico e marcar o período em que a unidade hospitalar finaliza a estruturação do serviço de captação de órgãos no Estado e se integra ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em 30 dias, a Central de Transplantes do Acre estará apta a retirar, de pessoas diagnosticadas com morte encefálica, rins, fígado e pâncreas, e enviá-los ao local designado pelo SNT. O transporte dos órgãos será feito gratuitamente pela empresa aérea TAM.
O projeto ousado para a realização de transplantes no Acre começou em 2006. Até agora nove pessoas foram submetidas à cirurgia para transplante de rim, cujos doadores são pessoas vivas. A meta é atingir, em cerca de dois anos, a excelência no serviço para concretizar o planejamento de realizar a cirurgia usando órgãos de doadores falecidos.
Até o próximo domingo, os visitantes da feira receberão informações por meio de folhetos, banners, enquetes e abordagens feitas pela equipe de profissionais de saúde da Fundhacre. Mas o assunto é delicado e enfrenta a resistência de uma grande parte dos visitantes do parque. A jovem Maria Célia Rodrigues se desviou do grupo de pesquisadores. "Não quero doar nada", disse. O diretor da unidade no Acre, médico Thadeu Moura, explica que essa resistência é normal. "Queremos na Expoacre mostrar à população que o transplante existe e que no Acre é feito entre pacientes vivos, no caso dos rins. Também estamos nos preparando para captar esses órgãos em 30 dias e enviar à central nacional". Ele acrescenta que todos os procedimentos atendem às normas médicas e a legislação brasileira.
Agregando valor – Laboratórios, equipamentos e profissionais precisam estar preparados para a nova demanda que atenderá não somente a Central de Transplante, como estará disponível também para os demais usuários do sistema público de saúde. "A população toda sai ganhando. Quando um serviço como esse é implantado, puxa para cima todo o sistema. Isso é agregar valor porque aquele que não precisa do transplante também ganha com a qualidade no atendimento", explica Thadeu Moura.
Em todo o Estado, 200 pessoas aguardam por um transplante de fígado. Os pacientes recebem acompanhamento da equipe de hepatologistas da Fundhacre orientados pelo médico Tércio Genzini, que a cada dois meses vem a Rio Branco para avaliar cada um dos casos. Mais informações sobre transplantes podem ser obtidas todos os dias na Central de Transplantes da Fundhacre ou pelo telefone 3227-6399.