Caminhoneiros superam dias de isolamento na BR-364

As refeições são feitas em espaços improvisados com alimentos compartilhados na estrada (Foto: Sérgio Vale/Secom)
As refeições são feitas em espaços improvisados com alimentos compartilhados na estrada (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Liberado para tráfego na última segunda-feira, 31, o novo porto de atracamento construído pelo governo do Acre, por meio do Deracre, na Vila Abunã (RO) virou sinal de esperança para caminhoneiros que aguardam por auxílio. O percurso que se fazia em pelo menos oito horas, entre os dois estados, já se conta em dias.

Os caminhões passam por uma triagem feita em Porto Velho pela equipe da Defesa Civil do Acre, que identifica os que poderão seguir viagem. A prioridade é dada aos veículos de grande porte carregados com produtos de primeira necessidade.

Adílio Silva do Nascimento, caminhoneiro, mora em Porto Velho e está há 19 dias a caminho do Acre trazendo sacas de cimento. Mesmo sabendo dos riscos, resolveu enfrentar a estrada alagada. Conseguiu passar o primeiro trecho, mas no segundo teve que se juntar aos demais que aguardam a travessia em pranchas rebocadas por máquinas no quilômetro 881, que possui 1,40m de lâmina d’água.

Alguns desses trabalhadores esperam seguir viagem há cerca de 20 dias (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Alguns desses trabalhadores esperam seguir viagem há cerca de 20 dias (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Os veículos passam um a um, sobre a área balizada por Bombeiros e Defesa Civil do Acre. Ainda assim, é preciso cautela no percurso, que recebe camada de pedras para reduzir a correnteza. Célio Henning, também caminhoneiro, morador de Rio Branco, veio com 1.780 botijas de gás de 7 quilos, teve que aguardar o retorno na estrada por 15 dias.

“A gente tem que se virar do jeito que dá. Acampamos algumas vezes em um restaurante em Vila Jirau, a comida está sendo dividida entre a gente mesmo, que usa as cozinhas improvisadas ao lado dos caminhões”, desabafa Célio.

De acordo com representantes da Defesa Civil do Acre enviados para acompanhar as operações nas áreas alagadas da BR-364, o Rio Madeira baixou pouco mais de 40 centímetros nos últimos quatro dias, o que favorece ainda que sejam minimizadas as operações das equipes acreanas.

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