Caderneta maldita

Aqui em Rio Branco há muitos anos, existe um barzinho numa pracinha de um bairro muito tranquilo chamado Jardim São Francisco.

Os vizinhos são muito unidos e o orgulho é cuidar desse lugar que é onde todo mundo se encontra.

O dono é um Boliviano simpático que há muito vive aqui. Antigamente, ele “tenía” um caderninho onde anotava as dívidas dos moradores e clientes.

Numa madrugada dessas, eis que um morador que tinha sua casa bem de frente pro estabelecimento, vê um indivíduo dentro  do bar revirando tudo e pegando pequenos objetos, roubando mesmo.

Ele volta pra dentro de casa, pega uma arma e corre pro portão de novo.

Com seu vozeirão deu um grito pro bandido e disse “HEY VAGABUNDO!”

O CARA largou tudo no chão, e com cara de assustado, virou-se, e com os olhos arregalados levantou as mãos! “CALMA SINHÔ”.

O morador herói, como estava um tanto longe do rapaz, disse-lhe “LEVA O BORRADOR!!!”

A pessoa com cara de quem tá ouvindo alguém falar em hebráico, diz “É O  quê???”.

Impaciente e balançando a arma em direção ao jovem ladrão repetiu “O BORRADOR!! LEVA O BORRADOR!”.

Continuando sem compreender, sinalizou com as mãos como quem diz “NÃO ENTENDO!”.

Ele abriu o portão, atravessou a rua, foi até bem perto do camarada, e apontou com o revólver mesmo “AÍ DISGRAÇA! ESSE CADERNIM PRETO, LEVA ELE E SOME COM ISSO!” (Borrador era como o Boliviano chamava o caderno de dívidas dos clientes em sua língua materna).

“Sim senhor” disse o delinquente e continuou “posso levar as outras coisa (sic)?” ele disse “Só se tu der um fim no BORRADOR”

Ele saiu com o produto do roubo, mais o borrador!

Diz a lenda que no dia seguinte, orgulhoso, chegou pro boliviano e disse “Tô te devendo alguma coisa?”.

Em castellano mesmo, ele disse “Cara, tu no sabes o que acontició!”.

Ele não devia mais nada!

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