Bombeiros superam dificuldades no cumprimento do dever

Marcelo Andrade estava em Xapuri enquanto a residência era inundada (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Marcelo Andrade estava em Xapuri enquanto a residência era inundada (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A população rio-branquense vive momentos de dificuldades, em virtude da cheia do Rio Acre. A enchente entrou para a história, ultrapassando as marcas de 1997 (17,66 metros) e 2012 (17,64 metros). Na última quarta-feira, 4, o nível do manancial apresentou medição de 18,40 metros, a maior já registrada na capital acreana. Mais de 85 mil pessoas foram afetadas.

O fenômeno, que não escolhe gênero, raça ou classe social, também atingiu a residência de mais de 60 bombeiros. Apesar dos transtornos pessoais, os procedimentos de resgate realizados pelos militares não foram interrompidos. Mais de duas mil famílias desabrigadas foram retiradas de áreas de risco, em Rio Branco.

O sargento Marcelo Andrade estava cumprindo missão em Xapuri, quando recebeu a notícia que sua residência havia sido alagada. “Em uma hora e vinte minutos, a água subiu mais de 50 centímetros. Quando cheguei de Xapuri ainda tentei salvar algumas coisas, mas só deu tempo de retirar a geladeira e um colchão. O resto não passou mais na porta”, conta.

Morador do bairro Quinze e pai de dois filhos, o militar reafirma o compromisso assumido no cumprimento do dever. “Eu não parei de trabalhar, pois a nossa missão enquanto bombeiros é esta: vidas alheias e riquezas a salvar. Estamos aqui para o que der e vier.” Na quinta-feira, 5, o sargento foi para BR-364 resgatar um caminhão com suprimentos.

A catástrofe surpreendeu a todos e apresentou a forças das águas para aqueles que ainda não a conheciam. “Foi constrangedor e angustiante passar por essa experiência, pois faço parte da equipe que monitora as águas. Ao mesmo tempo em que projetava a dimensão da enchente e me preocupava com a minha casa e família, não podia criar pânico nas pessoas”, relata o tenente-coronel Joselito Costa.

O Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC) suspendeu as férias e folgas de toda a corporação. “Estamos vivendo uma calamidade pública, é um momento de sacrifício em prol da população. Ao ingressarmos na carreira militar, fazemos um juramento: darmos nossas vidas em prol da vida do próximo. Temos muitos bombeiros em situação difícil, alguns perderam tudo, mas eles continuam firmes conosco”, destacou o comandante-geral do CBMAC, coronel Gundim.

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