A Expoacre Juruá 2013 começou ontem com boa presença de público, embora fosse uma quinta-feira, no meio do mês. As muitas crianças presentes tiveram dezenas de brinquedos com que se divertir nos dois parques instalados e fizeram a festa. Alimentação farta, lanches tradicionais, comidas típicas, restaurantes para todos os gostos, comércio varejista, artesanato, indústria, setor agropecuário, são quase 300 expositores espalhados pelo estacionamento do Estádio Arena do Juruá. A expectativa é de que o volume de negócios ultrapasse os R$ 9 milhões do ano passado.
Muitos jovens arrancaram do armário suas roupas no estilo country já na expectativa do show da noite, com a dupla sertaneja João Márcio e Fabiano e da abertura do rodeio. Neste ano, a arena de shows é separada da arena de rodeios, que ficou bem maior, podendo abrigar 2.500 pessoas sentadas. O rodeio foi aberto oficialmente com uma emocionada oração ao Criador. Serão três noites de rodeio com os melhores peões do Estado e premiações que totalizam R$ 11 mil.
A expectativa de muitos é faturar, de outros é mostrar. Os alunos do Ifac mostraram ao vivo como se “levita”. Um dos alunos fica aparentemente flutuando dez centímetros acima do nível do chão, uma ilusão de ótica. Já o Campus Da Floresta da Universidade Federal trouxe a cabeça do terrível Purussaurus, o dinossauro que vivia na região há milhões de anos.
Os programas do governo do Estado de incentivo ao crescimento da economia do Vale do Juruá estão sendo mostrados em espaços preparados pela Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) e pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar.
O vice-governador César Messias, acompanhado do senador da República Jorge Viana, visitou a exposição. Juntos andaram por vários estandes e deram entrevista ao vivo na Rádio Aldeia, que transmite para todo o estado o evento. O vice-governador, que esteve diretamente envolvido em todas as edições, lembrou que a primeira edição da Expoacre Juruá aconteceu em 2003, quando era prefeito da cidade e Jorge Viana era governador do Estado. Tudo surgiu da conversa entre eles e com o apoio de parceiros, entre os quais o Sebrae e o Banco da Amazônia.
Messias também se lembrou da primeira Cavalgada: “Eram 23 cavalos. Saímos do antigo bar do Equimar, pegamos a 25 de agosto, entramos na Copacabana e de lá para a Avenida Mâncio Lima, por onde retornamos ao centro. As pessoas nem entendiam o que estava acontecendo, 23 cavalos andando pela cidade, mas fizemos nossa cavalgada”. Naquela época, a exposição era realizada no centro da cidade e só em 2011 mudou-se para o estacionamento do Estádio Arena da Floresta.
Boas iniciativas
A pequena empresária Maria José Costa trabalhou com comércio muito tempo, mas sempre tinha vontade de industrializar algum produto na área de alimentação. Até que teve a idéia de produzir e empacotar a “bananinha” produto típico de Cruzeiro do Sul, surgindo então a Bananinha Calebe. Salgadinho muito apreciado, a bananinha (finas rodas de banana comprida fritas) vem em dois sabores, doce e salgado. A pequena fábrica montada para produzi-la conta com máquinas de cortar e empacotar e já emprega oito funcionários. “Hoje, 30% dos comércios que vendem esse tipo de produto são meus clientes”, disse dona Maria.
A Cooperativa das Biscoiteiras de Assis Brasil (Cooperbiscoito) montou um pequeno estande onde amostra e comercializa o tradicional biscoitinho de goma. A expectativa, segundo a presidente da Cooperbiscoitos, Marliz Maciel, é “vender bastante”. A Cooperbiscoitos ganhou do governo do Estado uma fábrica que está sendo construída em Assis Brasil. Marliz agradeceu ao governador Tião Viana pelo apoio a essa atividade tradicional do Juruá e disse que até novembro a fábrica deverá estar concluída.
A Central de Cooperativas do Juruá – formada pela Camprucsul e a Cooperfarinha, de Cruzeiro do Sul e a Coopersonhos de Marechal Thaumaturgo – montou um estande onde comercializa seus produtos principais: farinha e feijão. O presidente da Central, Germano da Silva Gomes disse: “Temos recebido incentivos por parte do governo do estado e estamos aqui principalmente para mostrar, mas também para vender”. Gomes informa que a cooperativa de Marechal Thaumaturgo enviou quatro tipos de feijão: o peruano vermelho, o peruano branco, o mudubim e o quarentão.
Espaço da indústria
O espaço da indústria está bem diversificado. A Cooperativa de Marceneiros e Moveleiros de Cruzeiro do Sul neste ano está no mesmo espaço destinado a outras atividades industriais e, como sempre, mostra a criatividade e a excelência do moveleiro cruzeirense.
O secretário de Estado Edvaldo Magalhães visitou o espaço logo no começo da noite. Ele conta que ao todo são 56 expositores, 16 de Rio Branco, 39 de Cruzeiro do Sul e um de feijó. “O espaço está todo renovado este ano. Ele cresceu porque a economia do Juruá cresceu e as indústrias se multiplicaram”, disse.
A Cooperativa dos Construtores Navais de Cruzeiro do Sul (Cooperbajola) também montou um estande para comercializar barcos e bajolas. Tem novidades: a Cooperbajola está construindo e comercializando barcos de alumínio de seis, oito e dez metros, além das bajolas, embarcação típica, inventada na região do Juruá. As bajolas também são de tamanhos variados; existe a grande para motor de 13 HP, tem para motor de 6HP. A novidade em bajolas é um modelo adaptado para motor de voadeira, uma bajola confortável com cadeiras, direção e capota.
O presidente da Cooperbajola, Nivaldo Santos, reconhece que o governo do Estado está dando grande apoio à categoria de construtores de barcos com a construção do polo industrial às margens do Rio Juruá, no bairro Miritizal. Segundo disse, em outubro o polo será inaugurado com uma grande festa, ocasião em que ocorrerá a segunda corrida de bajolas. A primeira ocorreu no ano passado, fez muito sucesso e agora já faz parte do calendário esportivo cruzeirense.