O Rio Acre continua em elevação em todo o estado, registrando em dezembro uma cheia que não ocorria há mais de 50 anos, segundo a Defesa Civil estadual. Diante desse cenário, o governo do Acre atua de forma integrada com órgãos e instituições vinculados direta ou indiretamente à agenda ambiental e à proteção social, executando um plano de contingência com ações coordenadas para garantir a segurança das pessoas atingidas, reduzir riscos e assegurar assistência imediata às populações mais vulneráveis.
Para informar a população e fornecer subsídios às instituições sobre a cheia, incluindo dados de acolhimento, contatos emergenciais, nível dos rios e índices de chuva, a Agência de Notícias do Acre iniciou, neste domingo, 28, a divulgação diária do Boletim da Enchente. Os dados publicados poderão sofrer alterações ao longo do dia, em razão da rapidez com que o fenômeno evolui. O governo do Acre decretou situação de emergência de nível 2 nos municípios de Feijó, Plácido de Castro, Rio Branco, Santa Rosa do Purus e Tarauacá, em razão das inundações provocadas pelo aumento expressivo do volume de chuvas e pela elevação dos níveis dos rios Acre, Purus e Tarauacá. O Decreto nº 11.812, publicado em edição extra do Diário Oficial (DOE) desta segunda-feira, 29, foi assinado pela governadora em exercício, Mailza Assis, e tem validade de 180 dias.
Nível dos rios
O Rio Acre na capital ultrapassou a cota de transbordo (14m) no sábado, 27. O Estado está em alerta e intensificou o monitoramento dos rios em todo o território acreano. Nesta terça-feira, 30, o manancial registrou 15,35m na medição das 9h.
Nível do Rio Acre e de seus principais afluentes, em metros, às 6h (30/12):
Aldeia dos Patos (declínio): 2,31m
Assis Brasil (declínio): 3,56m
Brasileia e Epitaciolândia (declínio): 3,97m
Xapuri (declínio): 7,94m
Capixaba (declínio): 9,95m
Riozinho do Rola (elevação): 15,21m
Rio Branco (estabilidade): 15,36m
Porto Acre (elevação): 12,71m
Sena Madureira (declínio): 13m
Manoel Urbano (elevação): 11,62m
Santa Rosa do Purus (estabilidade): 9,42m
Porto Walter (elevação): 8,27m
Cruzeiro do Sul (elevação): 9,74m
Tarauacá (elevação): 10,13m
Feijó (elevação): 12,08m
Plácido de Castro (elevação): 12,56m
Acolhimento
Devido às inundações, o Estado mantém oito abrigos em funcionamento. No total, pelo menos 758 pessoas, distribuídas em 241 famílias, foram diretamente atingidas pela cheia. Destas, 443 pessoas (153 famílias) estão desabrigadas, acolhidas em estruturas montadas pelo Estado, enquanto outras 315 pessoas (88 famílias) encontram-se desalojadas, hospedadas em casas de parentes ou amigos.
Ações realizadas
- Visita ao abrigo;
- Monitoramento das famílias no abrigo;
- Repasse de informações à Diretoria de Vigilância em Saúde Municipal;
- Elaboração de comunicado de evento;
- Divulgação desse comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) estadual;
- Acompanhamento com a Secretaria de Assistência Social e Defesa Civil, quanto à entrada de novas famílias no abrigo e abertura de novos abrigos.
Volume de chuvas
Não houve chuvas significativas, segundo a plataforma de coleta de dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Porém, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) ainda considera alto o risco hidrológico de continuidade do processo de inundação do Rio Acre e de seus afluentes, na Região Geográfica Intermediária de Rio Branco (AC). As estações do município prosseguem registrando níveis críticos.
Contatos emergenciais
Em caso de necessidade de retirada de famílias ou qualquer outra demanda, a população pode entrar em contato com o Corpo de Bombeiros por meio do 193 – canal principal para resgates, salvamentos e situações de risco à vida.
Há ainda o canal da Polícia Militar 190 – para auxílio em segurança pública e apoio logístico durante o período de cheia.
Órgãos envolvidos
Com a coordenação da Casa Civil e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Comdec), diversos órgãos estão envolvidos, entre eles: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Polícia Militar do Acre (PMAC), Departamento de Estradas de Rodagem e Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Secretaria de Educação e Cultura (SEE), Secretaria de Comunicação (Secom), Secretaria de Agricultura (Seagri), Serviço de Água e Esgoto do Acre (Saneacre) e Secretaria de Governo (Segov). Outras secretarias e autarquias também serão recrutadas, caso haja necessidade.
Cuidados com a rede elétrica
A Energisa orienta os clientes afetados pela cheia a não tentar consertar eventual falta de energia.
A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para avaliar ou realizar o desligamento da energia, para evitar acidentes e garantir a segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas, além da população.
A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (68) 99233-0341 ou Call Center 0800-647-7196.





