O bloco lança o frevo Soltando os Bichos e leva para as ruas uma cobra de 9m
"Chegamos do seringal, nordestina das arábias, acreana sensual, brincamos pela igualdade, a verdade dos direitos e a resistência cultural….", com esse refrão da música "Chegou Maria Chita" e num clima pré-carnavalesco que o Bloco Maria Chita se prepara para mais um carnaval colorido e decorado essencialmente com muita chita, chitinha e chitão.
O bloco nasceu em 2007, pelas mãos da agitadora cultural Silene Farias e da amiga Detinha que emprestou a casa que até hoje serve de oficina, "eu gosto dessa bagunça prazerosa porque a gente ta fazendo arte, aqui a gente suja a mão de cola e depois pega no pão pra comer, ninguém esquenta", se diverte Detinha.
Maria Chita começou com apenas 15 pessoas, mas no carnaval do ano passado, estimam que mais de 3 mil pessoas acompanharam o bloco. O bloco é representado por uma imensa boneca negra de 2,5m, confeccionada com papel machê, espuma e cabelo de sisal tingido. Segundo Silene Farias, a chita simboliza a alegria dos acreanos, nordestinos e árabes que construíram o Acre. "A chita veio da Índia e sempre foi usada pelas classes menos favorecidas. Antigamente, os seringueiros recebiam seu saldo e vinham para a cidade comprar fardos de chita; nos anos 60 e 70, a estilista Zuzu Angel inovou ao usá-la em seus modelos e hoje ela virou moda e é usada por todas as classes sociais.
Mas, este ano a boneca Maria Chita vai ganhar uma companhia: o artista plástico Bab Franca, irmão de Silene, está confeccionando uma cobra de 9m, toda em garrafa pet, papelão e chita, claro. Junto com a cobra, o grupo lança o frevo "Soltando os Bichos", assim definido por Bab Franca: "O frevo se fundamenta nas questões ecológicas, é uma catarse para liberar os bichos e os nossos bichos interiores".
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