Temas relacionados à integração regional foram debatidos.
O governador Binho Marques recebeu o embaixador do Peru no Brasil, Hugo de Zela, com quem discutiu assuntos relacionados à integração entre Acre e Peru. "Nosso país tem interesse em uma vinculação mais ampla e profunda com seu Estado", afirmou Hugo de Zela, apontando três temas prioritários, como a Estrada do Pacífico (conhecida no Peru como "Carretera Interoceânica"), a interconexão elétrica, cuja implantação de pequenas e médias usinas nas quedas d´água do Peru poderia favorecer também o Acre, e mais investimentos nos portos peruanos para negócios com a Ásia.
Marques indicou mais um tema a ser levado à agenda de debates, que seria a implantação de áreas destinadas para proteção dos recursos naturais e dos grupos indígenas não-contactados que estão fixando aldeias em território acreano ou circulam nômades entre um e outro país. "A orientação geral do Peru é de proteger esses grupos isolados, mas isso tem de ser feito junto com o governo brasileiro", afirmou Zela, que participará de uma reunião a ser realizada em Brasília entre representantes das instituições indígenas dos dois países para formulação de uma agenda de trabalho conjunta.
Participaram do encontro os secretários de Gestão Governamental, Fábio Vaz; Esporte, Turismo e Lazer, Cassiano Marques; Gestão Administrativa, Mâncio Cordeiro; e do cônsul do Peru no Acre, Lanzeth Ludeña. Na questão do turismo e do comércio bi-lateral, o governo acreano apresentou pontos a serem superados para consolidação da Rota Internacional Amazônia-Andes, como esforços para consolidação de uma linha aérea regular acessível, e o fim dos entraves para o transporte de passageiros em ônibus e micro-ônibus. O embaixador anunciou que irá apresentar esse tema a um grupo de trabalho que se reunirá no começo do próximo mês de agosto. Cassiano Marques pediu a validação do cartão de vacina nacional tanto para ingresso no Peru e vice-versa. Atualmente, só é aceito o cartão internacional.
Binho e Fabio Vaz apresentaram os investimentos que já começaram a ser realizados no Acre com recursos do BNDES, Bird e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), situação que impõe uma série de demandas como a necessidade de grande volume de cimento. O produto está escasso por conta desses projetos e há interesse do Acre em comprar cimento do Peru. O tema também será avaliado.