Binho no lançamento do Fórum Amazônia Sustentável em Rio Branco

Acre sedia evento que debate posição brasileira na Convenção de Mudanças Climáticas e o pensamento das comunidades sobre o mecanismo REDD

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Binho Marques na abertura do encontro (Foto: Sérgio Vale/Secom)

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Representantes de vários segmentos participam do fórum (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Binho Marques participou nesta quarta-feira, 12, no Horto Florestal, do lançamento em Rio Branco do Fórum Amazônia Sustentável, cujo tema desta quarta edição é "REDD e Povos da Floresta". O fórum pretende contribuir  com o debate nacional sobre a posição que o Brasil deve apresentar na COP-15, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima que acontece em dezembro, em Copenhague. Marques abriu o evento falando da importância da reunião no Acre, palco de lutas que geraram inovações no planejamento e na agenda ambiental do Brasil e do mundo. Esse processo, segundo ele, tem de se espraiar pelos continentes para manter-se vigoroso e inovador diante das demandas impostas pelas mudanças climáticas. "Só vamos avançar com esta causa sendo ela verdadeiramente planetária", disse Marques. Os debates devem avançar para que o Brasil tenha uma posição de protagonista no debate mundial  e para que sejam incorporadas às comunidades nessa agenda.

Desde os empates nos seringais na década de 1980 e com eles o advento das reservas extrativistas o Acre propõe e implementa inovações na agenda ambiental. Pactualizado com todos os segmentos sociais, o Zoneamento Ecológico-Econômico é um dos alicerces dessa política que resultou na produção de mecanismos como a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal, que entre outras ações criou o pagamento de bônus para o produtor que agregar tecnologias que alavanquem a produção de alimentos sem pressionar a floresta.

Estiveram presentes na cerimônia o presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre e ex-governador Jorge Viana; o prefeito de Rio Branco,  Raimundo Angelim;  o presidente do Conselho Nacional de Seringueiros,  Manoel Cunha; secretários de Estado, ativistas ambientais, lideranças comunitárias e envolvidos com a questão. O fórum é representado por mais de 160 organizações, entre elas o Instituto do Homem e da Natureza (Imazon), dirigido por Adalberto Verissimo. "O Acre tem grande envolvimento nesse tema e muito mais a contribuir", disse Verissimo.

REDD (Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação)  é um mecanismo de compensação  por redução de desmatamento e degradação ambiental.  De acordo com os organizadores do Fórum, significa para o Brasil a chance de receber recursos internacionais para ajudar a conter as emissões de gases de efeito estufa  por meio de ações de conservação e manejo florestal e pagamentos por serviços ambientais para comunidades extrativistas e indígenas.  "Por isto espaço é importante, de trazer os guardiães da floresta para dizer o que pensam sobre o tema", observou Manoel Cunha, do Conselho Nacional de Seringueiros.  

Representantes de cerca de 200 países estarão em Copenhague (Dinamarca) entre os dias 7 e 18 de dezembro deste ano para um dos encontros mais importantes na história – a 15ª Conferência das Partes (COP 15) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Sua realização é aguardada com expectativa e esperança por todos os que se preocupam com as mudanças climáticas e seus impactos no planeta. O Fórum Amazônia Sustentável propõe que a estratégia brasileira de captação de recursos para ações de REDD considere mecanismos de captação de doações, como o Fundo Amazônia, bem como outros mecanismos vindos de instrumentos de mercado, desde que essa combinação contribua para a redução efetiva da emissão de gases de efeito estufa global. O objetivo é valorizar uma econômica baseada na floresta em pé e no uso sustentável da terra.

Para o ex-governador Jorge Viana, a sociedade está vivendo uma "hemorraria" de recursos naturais e que nas instituições prevalece um "atraso muito grande"  acerca do debate ambiental. "A sociedade vive o que estou chamando de hemorragia de recursos naturais que se não esforçarmos para estancá-la vamos pagar um preço muito alto", disse ele, lembrando que basta ver o noticiário para perceber que "alguma coisa está errada".

 

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