Binho Marques e o Acre como melhor lugar da Amazônia

Ano de 2008 se encerra como preparatório às grandes transformações que farão do Estado um ambiente de promoção humana e sustentabilidade social e ambiental

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Encerrada a Semana Chico Mendes, em que as pessoas puderam reafirmar o compromisso pela sustentabilidade social, econômica e ambiental, Marques completa dois anos de Governo como se fossem quatro devido aos grandes resultados colhidos até agora. Esse propósito havia sido firmado ainda no começo do mandato, durante reunião de secretários – e ele está sendo firmemente consolidado.

"Estamos na metade do Governo. Dois anos pode parecer muito para uns mas  é  pouco tempo para um Governo. Por isso, no início do mandato, na primeira reunião com os secretários, eu falei que a gente tinha de fazer oito anos em quatro, fazer cada dia valer por dois, cada mês valer por dois meses. Para mim, esses dois anos já significaram quatro anos. É como se estivéssemos concluindo o primeiro governo e estivéssemos começando o segundo governo dentro dos quatro anos", disse  governador na manhã desta terça-feira, 23, durante entrevista a jornalistas convidados ao programa Gente em Debate, da Rádio Difusora Acreana*.

Dessa forma, Binho vê cada vez mais concretizado o sonho de transformar o Acre no melhor lugar para se viver na Amazônia até 2010. "Pode parecer demais querer que o Acre seja o melhor lugar para se viver na Amazônia em apenas dois anos. Mas quando eu falo isso digo que já passaram dez anos de  um mesmo governo. Eu sucedi ao governador Jorge Viana, que assumiu em 1999 e a gente tem trabalhado muito desde então. Sei das dificuldades do Acre, mas sei também dos potenciais que o Estado tem.

Temos alguns desafios grandes a serem vencidos até 2010 mas eu acho que os principais nós já vencemos de 99 para cá: nós conseguimos colocar o Acre na legalidade, o governador Jorge Viana enfrentou uma situação de desgoverno , mas hoje temos o orgulho de dizer que aqui no Acre tem governo. O Acre tem um rumo, uma direção. 

E essa direção que eu falo não é uma direção partidária. Estou falando que o povo do Acre tem um destino, o povo do Acre construiu seu destino", afirmou, ressaltando que "ser o melhor lugar para se viver na Amazônia não significa que será o paraíso". Os próximos passos, segundo Binho, são em direção às populações mais distantes. Para isso, o Governo estabeleceu um pacto com as prefeituras visando chegar com maior força às Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) com serviços de educação, saúde e produção agro-extrativista.

Veja o que disse o governador acerca de vários temas:

Esporte e planejamento

"Nós trabalhamos muito com planejamento, que a gente chama de planejamento estratégico. Em vários aspectos estamos sendo surpreendidos para melhor. Veja a candidatura do Acre à sede da Copa 2014. No começo levavam na brincadeira mas hoje as outras cidades candidatas estão receosas porque nosso projeto serviu de base para a Fifa cobrar delas.

No meu primeiro encontro com Ricardo Teixeira inicialmente fui recebido muito friamente mas nós fomos falando, mostrando nossa proposta e quando terminou  ele estava empolgadíssimo. Ricardo Teixeira falou ao Presidente Lula que a melhor proposta que viu foi a do Acre.

BR 364 e integração

"Tudo indica que a BR 364 estará concluída até o fim do meu governo. Mas essa rodovia depende de muitos fatores, desde climáticos até a boa vontade do Tribunal de Contas. Porém, do ponto de visto daquilo que o Governo tem de fazer tivemos grandes avanços nestes anos. A gente cumpriu todas as metas e o Presidente Lula tem sido muito generoso.  Mas o Brasil tem a tradição de um país extremamente burocrático".

Educação e conhecimento

"O projeto do Banco Mundial (cujo contrato foi recentemente assinado) está voltado para as comunidades isoladas. As Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) compõem 700 comunidades que serão atendidas nos próximos anos. Através do projeto do Banco Mundial vamos trabalhar mais fortemente a educação de jovens e adultos e instituir algumas alternativas entre elas a possibilidade de Xapuri ser uma cidade universitária.

Queremos que o Acre seja um lugar que produza conhecimento. Xapuri acumulou conhecimento que não está escrito e isto pode ser sistematizado. Há outros projetos, como o do acesso livre à internet em Rio Branco em 2009. Já temos um piloto na Biblioteca Pública. Em 2010, todo o Estado terá acesso livre à internet.

Saúde de baixa complexidade

"O trabalho do governador Jorge Viana foi fundamental para os avanços para o atendimento  na alta e média complexidades. Com a ousadia do senador Tião Viana avançamos com cursos, o Hospital do Câncer e muito mais.

Avançamos na alta e média complexidade mas não no que é simples, que é mais caro porque pretende atender a todos.  Estaremos trabalhando com as prefeituras para levar saúde às comunidades".

Dengue ameaça na fronteira

"Não estamos tratando de algo banal mas de uma situação gravíssima. Cobija está com 58% de infestação do mosquito da dengue e Epitaciolândia com 7%.

Estive reunido com o governador do Pando (Rafael Bandera) e senti que as autoridades bolivianas estão mobilizadas. A dengue tem na Amazônia condições de proliferar e isso é sério. Todos têm de participar do combate à essa doença".

Juventude empoderada

"Fico tristo em ver que os centros da juventude não chegaram onde o Jorge Viana e eu gostaríamos. Os centros não são repartições públicas mas espaços da comunidade. Ainda temos o desafio de fazer as  comunidades se sentirem donas desses espaços.

O fortalecimento da nossa sociedade depende do fortalecimento das nossas micro-sociedades, como associações, grêmios estudantis, igrejas… No Parque da Maternidade alguns espaços  estão agora destinados a grupos,  como os de capoeira. Eles devem cuidar desses espaços".

Chico Mendes

"Ouvi do embaixador da Suiça em visita a Rio Branco: nossa! Como esta cidade é limpa. Imaginem, o embaixador da Suiça falando isso.

Isso nos remete a  lembrança de Chico Mendes, que foi muito maltratado quando era vivo. Ele foi amado no mundo todo mas não na sua terra. Como era uma pessoa sem grandes desejos para si mas não valorizado".

Produção rural e ramais

"O Acre tem 8.000 quilômetros de ramais e não percebemos como sofrem as pessoas que vivem nesses locais mais distantes. Sofrem muito.

Estamos trabalhando para parar de enxugar gelo -porque trabalhar com ramal muitas vezes é isso, enxugar gelo: você faz o serviço e não demora tem de fazer tudo de novo. Estamos fazendo um trabalho mais duradouro, de picarramento e até asfaltamento.  Avançamos muito em várias regiões, como na Estrada Transacreana.

A gente quer um ramal que não forme atoleiros.  Junto aos produtores estamos discutindo claramente quais sãos as prioridades".

Governança e relação política

"Em time que está vencendo deve-se mexer, sim. Uma equipe de Governo tem de ser sacolejada, aplicar nela o choque  de  novidade. Quero chegar a 2010 com pique igual ou superior a 2007.  Para fazer mudanças não tem dia marcado. Há sim a hora certa.

Eu converso muito com os deputados. Nestes dias, por exemplo, estive com o deputado Zé Carlos e aprendi muita coisa com ele. Os deputados têm uma sabedoria notável porque vivem em contato com a população. Estão sempre onde estão os problemas. Por isso, agradeço à bancada que temos. Nunca tivemos um projeto rejeitado.

Segurança pública

"Nosso efetivo ainda é insuficiente mas já temos os concursos para suprir isso. Nessa área, o avanço foi o plano que dividiu o Acre em dez territórios. Com eles, poderemos cobrar do responsável pela área. 

A segurança depende de um conjunto de ações, como acesso à saúde, educação, esporte, e isso tudo está acontecendo. Até a metade de 2009 teremos padrões ideais na área de segurança".

Futuro político

"Eu amo a gestão pública. Foi muito bom ter sido secretário durante oito anos mas confesso que não tenho muita habilidade para ser governador.  Eu era muito desconhecido quando fui candidato.  Jorge Viana é um grande amigo meu, que acreditou mais em mim do que eu mesmo.

 Eu só fui candidato  diante de uma contingência. O Tião Viana, que era o candidato natural, não podia ser. A Marina também não. Saí candidato porque era o nome que mantinha a Frente Popular unida.  Terminando o mandato, não serei candidato a nada mas continuarei trabalhando".

Participaram da entrevista na rádio Difusora Acreana os jornalistas Paulo Henrique (TV Acre, A Tribuna e Difusora Acreana), Renata Brasileiro (Página 20), Rutemberg Crispim (O Rio Branco) e Silvânia Pinheiro (A Gazeta). O Sistema Público de Comunicação do Acre agradece a colaboração de todos.

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