Obras como hidrelétricas do Madeira e Estrada do Pacífico irão gerar importantes impactos para o Acre
O governador Binho Marques reuniu-se nesta quarta-feira, 3, com o presidente da Divisão de Engenharia do Grupo Camargo Corrêa, Antônio Miguel Marques, e o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade. Dois temas foram debatidos: as grandes obras em andamento nessa parte da região amazônica, e que geram importante impacto no Acre, e ações conjuntas visando a formação profissional.
A Camargo Corrêa participa dos consórcios que estão costruindo a Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, e o tramo central da Rodovia Interoceânica, no Peru. Jirau integra o Complexo Hidrelétrico do Madeira, composto pela UHE Santo Antônio, contemplado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e previsão de investimentos de mais de R$ 20 milhões. Participaram do encontro o presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), João Francisco Salomão, e os secretários de Estado César Dotto (Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia) e Fábio Vaz (Gestão Governamental).
Marques refletiu acerca dos impactos positivos e negativos desses empreendimentos, demonstrando preocupação quanto a uma política objetiva de mitigação ambiental e social. Antônio Miguel assegurou que medidas serão adotadas para redução de problemas antes, durante e depois das obras. Como resultado prático da visita, Miguel anunciou que a Camargo Corrêa irá instalar um posto de seleção, recrutamento e compras em Rio Branco. A unidade abastecerá o acampamento de 100 mil metros quadrados em Jirau. Além disso, a empresa quer estabelecer relações com o Sistema S, vinculado à Fieac, e o Governo do Estado para formação de mão-de-obra. Apenas em Jirau serão utilizados, no pico da obra, dez mil homens e mulheres.
"Vivemos um momento de euforia e apreensão. Nossa realidade está mudando muito rapidamente", disse o governador ao descrever o intenso processo de desenvolvimento em curso no Acre com a conclusão da BR-364 – outra obra do PAC – , as hidrelétricas do Madeira, a Interoceânica e muito mais. "Esse momento é uma situação que tem de ter suporte social e planejamento para o futuro, principalmente em relação ao fim das obras", completou Robson Braga.
A Camargo Corrêa integra o consórcio Energia Sustentável do Brasil, composto por Suez Energy, que detém 50,1% das cotas de participação, Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Chesf (20%). O ex-senador Sibá Machado é conselheiro da Eletrosul.
Jirau abre várias oportunidades para empresas e trabalhadores acreanos
O presidente da Divisão de Engenharia do Grupo Camargo Corrêa, Antônio Miguel Marques, apresentou a estudantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e empresários acreanos o projeto de execução da Hidrelétrica de Jirau em evento realizado nesta quarta-feira, 3, no auditório da Fieac. Marques falou também sobre como as empresas locais podem participar do processo. Além dos dez mil empregos que serão gerados em Jirau, a Camargo Corrêa irá necessitar dos serviços de 500 equipamentos pesados, e as oportunidades estão mais bem definidas para os setores de exames laboratoriais (para admissão de funcionários); hotelaria e agência de viagens; transporte de mão-de-obra (serão necessários 150 ônibus); móveis e utensílios; material de construção; manutenção do acampamento em Porto Velho e Nova Mutum; serviços de infra-estrutura; e alimentação (serão necessários 15 mil toneladas mensais de gêneros alimentícios). Apenas em salários serão aportados mensalmente R$ 16 milhões pelo Projeto Jirau.
"Tenho a certeza de que não apenas os empresários, mas todo cidadão acreano, sabem que os ganhos começaram a ser percebidos muito antes da operação das hidrelétricas, pois sua execução vai incrementar a economia e a indústria, considerando o significativo aporte de insumos, mão-de-obra especializada e equipamentos. Com certeza, parte expressiva desses recursos humanos, tecnológicos, bens de capital e matéria-prima deverá ser proveniente da nossa própria região. Esse aspecto evidencia o impacto positivo direto e indireto das obras na economia acreana", disse João Francisco Salomão, presidente da Fieac.
O Projeto Jirau foi modificado uma vez. Com a nova alocação, a previsão é de que o Brasil economize R$ 24,4 bilhões no longo prazo em energia elétrica. Em seu novo ponto, Jirau irá alagar 10,4 quilômetros quadrados a mais que o projeto original, o que irá desalojar quatro famílias. De acordo com Miguel, todas as medidas de mitigação estão sendo adotadas para contornar os impactos. "É uma obra em Rondônia mas com benefícios para o Acre. É por isso que viemos aqui", afirmou o executivo da Camargo Corrêa.