Criado em 1995 pelo então prefeito Jorge Viana, assentamento hoje é modelo de política pública eficiente com maior produção de alimentos, inclusão social e melhoria da qualidade de vida
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O governador Binho Marques caminha pelo ramal do Pólo Hélio Pimenta, cujas obras de pavimentação estão em fase final. Foto: Sérgio Vale/Secom
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O governador Binho Marques visitou nesta terça-feira, 20, as obras de asfaltamento do ramal do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, a 19 quilômetros do Centro de Rio Branco na Estrada de Porto Acre. As obras, de 4,7 quilômetros de extensão, estão em fase final, faltando pequenos detalhes de arte e sinalização. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroportuária do Acre (Deracre) pelo menos 30 pessoas foram empregadas para realizar a obra cujo custo é de mais de R$ 1,2 milhões e beneficiará diretamente mais de 50 famílias assentadas em 35 módulos de 3,5 hectares. Os recursos são do Governo Federal, através do BNDES (Fase III) e do Tesouro Estadual.
Acompanhado do ex-governador e presidente do Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Jorge Viana, e do prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, o governador lembrou que a pavimentação do pólo faz parte do programa que está levando asfalto a 250 quilômetros de ramais em todo o Estado, transformando a vida de milhares de famílias que vivem no campo. Participaram da visita o prefeito de Porto Acre, José Maria, e secretários da Prefeitura e do Governo do Estado.
O Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta foi criado em 1995 pelo então prefeito de Rio Branco, Jorge Viana, configurando-se em um dos mais promissores modelos de inclusão social, fixação do homem à terra e produção de alimentos já implantados no Acre. A experiência dos pólos agroflorestais foi a resposta mais eficaz encontrada para fazer frente à questão fundiária do Acre, porque garante o uso social da terra com o assentamento de famílias de ex-seringueiros e agricultores então excluídos do processo produtivo do Estado, ao mesmo tempo em que é a proposta que permite a geração de emprego e renda, contribui de forma decisiva no combate à miséria através da segurança e soberania alimentar e dá resposta à violência urbana pois leva de volta as famílias ao meio rural, diminuindo sua exposição aos fatores de risco como as drogas e a prostituição.
“No Hélio Pimenta uma família tem renda comercial de até R$ 600 ao mês, além da renda não contabilizada, que é quando o produtor deixa de gastar para ter acesso ao alimento, cujo valor também chega a R$ 600”, informou o secretário de Agricultura de Rio Branco, Jorge Fadel. A partir do Hélio Pimenta foram implantados 17 outros pólos no Estado.
Composto por egressos de seringais e que viviam em sua maioria na periferia da capital, o Hélio Pimenta contou 35 famílias em sua formação, mas hoje já são mais de 50 famílias que moram no assentamento. Com o passar do tempo, novas famílias foram se formando a partir do núcleo original, situação que reafirma a fixação à terra: “90% da famílias são pioneiras”, disse Nilton Cosson, da Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).
O Pólo Hélio Pimenta é cada vez mais um celeiro de produção que se utiliza de práticas sustentáveis e tecnologias que permitem maior desempenho com menor impacto ambiental. As estufas, por exemplo, se somam ao asfaltamento e permitem ao mesmo tempo produção e escoamento durante o ano todo. Até pouco tempo, os trabalhadores encontravam grande dificuldade ou não conseguiam levar os produtos até as feiras de Rio Branco porque o ramal principal e as coletoras não permitiam tráfego de veículos. “Estamos igualando as estações”, disse o secretário de Estado da Articulação Institucional do Governo, Carlos Alberto, numa alusão ao fim das dificuldades típicas do inverno amazônico.
“Com o asfalto, o pessoal vai produzir mais porque fica muito mais fácil de levar os produtos para o mercado”, disse Élida Guimarães, presidente da Associação dos Moradores e Produtores do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta.
Além de infraestrutura, saúde e assistência técnica, moradores Hélio Pimenta tem acesso à rede de ensino fundamental e médio, com transporte escolar regular. “O mais importante é que estamos trabalhando nas áreas mais produtivas em um processo que envolve associações, sindicatos, cooperativas numa nova lógica de produção, sem o desmate e queima”, disse Marques.
Asfalto avança na Linha 10 ligando a rodovia ao rio Acre
Homens trabalham na Linha 10, importante via de escoamento da produção rural que liga a Estrada de Porto Acre ao Rio Acre e faz conexões aos ramais do Projeto Humaitá e Pólo Hélio Pimenta. Foto: Sérgio Vale/Secom
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O governador visitou também a Linha 10 do Projeto de Assentamento Humaitá. Ali, o ramal principal está sendo asfaltado em 13,2 quilômetros ao custo de R$2,4 milhões, ligando os ramais à Estrada de Porto Acre e ao rio Acre, formando um meio intermodal para acesso e escoamento da produção naquela região. O trabalho de pavimentação está bastante avançado e, assim como no Pólo Hélio Pimenta, é feito pelo processo de tratamento superficial duplo, bastante resistente e duradouro.
Há 25 anos na Linha 10, o agricultor Raimundo Borges vem incentivando os vizinhos a melhores práticas de produção. “Quando cortamos uma árvore, temos a obrigação de plantar outra no lugar”, disse. Borge mantém cultivos consorciados com espécies como mogno, ipê, copaíba, aroeira e outras.
Binho: políticas eficientes melhoram renda no campo
Implantar 250 quilômetros de ramais até 2010 é uma meta ousada e algo novo para as comunidades, observou o governador Binho Marques. De outro lado, as políticas públicas eficientes, nas quais se alinha a pavimentação de estradas vicinais e coletoras, causam impactos extremamente positivos na vida dos agricultores. “Estou percebendo como a renda das famílias no campo tem aumentado sisgnificativamente”, disse, referindo-se à elevada melhoria na qualidade de vida das pessoas que habitam as comunidades que se fortaleceram a partir das políticas governamentais, como o Pólo Hélio Pimenta.
O trabalho de melhoria de ramais começou em 2005 de fazer com a implantação de serviços como bueiros definitivos, pontes, piçarramento. Atualmente, já são 75 quilômetros de ramais asfaltados, o que é algo realmente muito importante. Além da manutenção, também está sendo realizado o piçarramento de mais 400 quilômetros e anualmente é feito o trabalho de melhoria de 4.000 quilômetros de ramais. Apenas para esse trabalho o investimento do Governo do Estado em 2009 é de R$ 13 milhões.
“Asfalto é qualidade de vida”, diz Angelim
O prefeito Raimundo Angelim reafirmou e agradeceu a parceria com o governador Binho Marques que no campo se consolida com o Pacto Agrário, ação institucional cujo cálculo inicial era investir R$ 100 milhões no desenvolvimento do meio rural do Acre nos quatro anos de Governo Binho Marques, mas cujo valor já está altamente superado e, segundo o governador, irá chegar a R$300 milhões ou mais. “Para mim é uma felicidade esse asfalto, que melhora a qualidade de vida das pessoas no campo”, disse Angelim. A Prefeitura irá distribuir 120 estufas para garantir a produção de alimentos o ano todo em vários pontos do município. No Hélio Pimenta, três caminhões do Governo e da Prefeitura percorrem regularmente o assentamento para transportar hortaliças, frutas e pequenos animais para os mercados da capital.
Com produção da horta, trabalhador constrói casa de R$17 mil
As hortaliças compõem 70% da renda das famílias do Pólo Hélio Pimenta. A Seaprof calcula que cerca de 100 toneladas de couve, alface, rúcula, pimenta, cebolinha e outras são cultivadas e comercializadas anualmente pelo assentamento. O dinheiro tem sido aplicado na aquisição de bens de consumo, carros, motos e moradia. O produtor Simão Tabosa, por exemplo, construiu e montou uma casa completa com R$ 17 mil, dinheiro arrecadado exclusivamente com as hortaliças.
Simão Tabosa é um dos trabalhadores que se fixaram à terra e estão obtendo resultados positivos desde que chegou ao Pólo Hélio Pimenta. Foto: Sérgio Vale/Secom
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Para ele, o asfaltamento do ramal é algo a ser comemorado. “Só tenho a agradecer. Eu e todos que moram aqui estamos muito satisfeitos porque com o ramal asfaltado a situação será outra no inverno”, disse Tabosa.
“Sonho de asfalto em ramal parecia impossível mas agora é realidade”, diz Jorge Viana
O ex-governador Jorge Viana se disse especialmente feliz com o sucesso do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, criado em sua gestão na prefeitura de Rio Branco. Para ele, a grande riqueza de políticas como os pólos são os homens e mulheres trabalhadores que fazem do Acre um lugar bom para se viver.
O asfaltamento de ramais, disse Viana, era um sonho que para alguns era impossível de se realizar. “Esse sonho agora é cada vez mais realidade”, afirmou, fazendo referência ao programa implantado pelo governador Binho Marques de pavimentar 250 quilômetros de ramais até o ano que vem.
O QUE ELES DISSERAM
{xtypo_quote}Ver esse asfalto aqui é uma coisa muito boa. Cansei de sair de casa e caminhar com sacolinha nos pés por causa do barro.
Fagner Lima, 16, estudante do ensino médio no Pólo Hélio Pimenta {/xtypo_quote}
{xtypo_quote}Com o asfalto, tudo muda. A gente tem ainda mais incentivo de trabalhar.
Neorcimil Alves, o Goiano, morador há 15 anos do Pólo Hélio Pimenta {/xtypo_quote}
{xtypo_quote}Com o ramal asfaltado fica mais fácil para as criança chegarem à escola
Raimundo Carlito de Oliveira, 42, morador da Linha 10 do projeto Humaitá {/xtypo_quote}
{xtypo_quote}Asfalto é possibilidade de escoar alimento. Com ele, os produtores se sentem estimulados a produzir mais. Acredito que a produção irá crescer 25% nesta safra com a chegada do asfalto.
Raimundo Advíncola, extensionista da Seaprof {/xtypo_quote}
{xtypo_quote}É uma ação acertada do nosso governador que tem colaborado muito com nossa região
José Maria, prefeito de Porto Acre{/xtypo_quote}
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Fotos: Sérgio Vale/Secom
