Sistema de atendimento ao público e ambientes adequados à extensão rural destacam-se na reforma que prepara o órgão para a Nova Economia, de baixo carbono e alta inclusão social
O governador Binho Marques entregou nesta quarta-feira, 18, o novo prédio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). Após uma ampla reforma, o órgão passa a ser um modelo de modernização e infraestrutura que já está sendo adotado em outros prédios públicos. O ato marcou o aniversário de 42 anos da implantação da extensão rural e assistência técnica no Acre. Estiveram presentes assessores e secretários estaduais, o secretário de Agricultura de Rio Branco, Jorge Fadel, que representou o prefeito Raimundo Angelim; Paulo Vianna, diretor-presidente do Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf); Cassio Silveira, do Instituto Socioeducativo do Acre; Daniel Zen, da Fundação Elias Mansour; Fábio Vaz, secretário de Governo; Aníbal Diniz, secretário de Comunicação Social e Tainá Pires, diretora de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social, além de gestores, lideranças classistas, técnicos e extensionista. Um minuto de silêncio prestou homenagem póstuma ao presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, Jessé Santiago, morto nesta terça-feira, 17, em acidente de carro. Marcos Fernandes, Antônio Monteiro e Carlos Alberto Bernardes, três dos onze demitidos na década de 1980 por lutarem por um novo modelo de extensão rural, foram os convidados especiais do evento. "Nós só chegamos até aqui graças ao trabalho de vocês. Nos momentos mais difíceis vocês ficaram do lado da produção familiar", disse o governador.
São 2.425 metros quadrados de área que passaram por uma profunda reestruturação. A reforma geral de todo o prédio inclui troca total de piso, forro, novas instalações elétricas, lógica e de telefonia e internet. A readequação compreendeu também a criação de novos ambientes em forma de salões para as equipes técnicas. O salão de atendimento agora está mais espaçoso e ventilado. Foi realizada a substituição de toda a instalação das redes elétrica, lógica, telefônica e climatização, além da instalação de brises metálicos decorativos nas fachadas e uma pintura geral. O valor da obra é de R$ 1.682.569,00 e foi realizada com recursos do Tesouro Estadual, Governo Federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
No pavimento térreo, o prédio conta com recepção, auditório, sala de atendimento, biblioteca, protocolo, gerência de manutenção, copa, área de serviço, depósito de manutenção e limpeza, cozinha, refeitório, praça de convivência, WCs, salas de multiuso, sala de tecnologia da informação, gerência de transporte da produção, gerência de patrimôio e material, almoxarifado e depósito. O andar superior abriga a gerência da produção familiar, cinco salas de diretores, gabinete do secretária e chefia do gabinete, assessoria jurídica, gerência de planejamento estratégico, gerência interna e logística da produção, arquivos e WCs. "O fato é que a extensão agora olha a propriedade como um sistema integrado", disse Nilton Cosson.
A cerimônia realizada no auditório revitalizado transcorreu em clima de muita alegria. Extensionistas pioneiros apresentaram relatos e contaram "causos" do trabalho em campo. Madalena Abreu agradeceu ao governador pelo esforço de investimentos e compromisso com a extensão rural. De seu lado, Joselito Silva, técnico em armazenagem e servidor da Companhia de Armazéns Gerais do Acre (Cageacre) agradeceu ao governador em especial pela recuperação do Mercado dos Colonos, no Centro de Rio Branco, tido como patrimônio histórico da empresa. Os extensionistas Pedro e Eurides contaram acontecimentos engraçados envolvendo a atividade de extensionista em comunidades do interior do Acre. A dupla entregou um buquê de flores ao governador como gratidão dos servidores ao apoio do Estado.
Compromisso com a extensão agroflorestal e a assistência técnica
Os esforços para fortalecimento da agricultura são amplos. Um bom exemplo é o programa Boa Compra, lançado recentemente pelo governador Binho Marques. O Boa Compra investe cerca de R$ 20 milhões na garantia de compra da produção de alimentos e beneficia mais de 7.000 famílias nos 22 municípios do Acre.
Agora a sede da Seaprof conta também com uma praça de convivência interna, um espaço para que os servidores possam ter um momento de descanso. O auditório foi totalmente reconstruído. O projeto foi coordenado pela Secretaria de Obras Públicas e Infraestrutura (Seop) e a reforma faz parte das metas do governador Binho Marques de terminar seu governo com todas as secretarias bem estruturadas. Trata-se de um marco no contexto da extensão agroflorestal e um diferencial no processo de fortalecimento do desenvolvimento rural sustentável. "Quando você tem um bom ambiente de trabalho, tem-se melhor qualidade nos serviços prestados para a população porque os funcionários se sentem melhor perante aquilo que fazem", disse Nilton Cosson, titular da Seaprof. Esta é a terceira reorganização do prédio da Seaprof e a primeira de forma ampla e completa.
Um dos emblemas da luta dos trabalhadores do Acre
O prédio é emblemático na história da Empresa de Extensão Rural e Assistência Técnica (Emater) do Acre, que deu origem à Seaprof. Na década de 1980 esteve ameaçado de arresto para pagamento de dívidas previdenciárias, e, por causa das instalações precárias, sofreu princípio de incêndio. Esse foi o período de descaso e abandono pelo qual passou a agricultura familiar no Estado. Em 1999, por exemplo, a Seaprof possuía apenas dez escritórios em algumas cidades. Atualmente, são 32 escritórios em todos os 22 municípios. Nos últimos quatro anos, a parceria entre Governo do Acre e órgãos da União possibilitou investimentos de R$ 14 milhões na agricultura familiar.
Nos idos de 1980, um grupo de extensionistas deflagrou o debate que resultaria em um novo modelo de extensão rural, na época completamente voltado para fazendeiros e seringalistas. O grupo de onze técnicos queria que o serviço envolvesse os sindicatos de pequenos agricultores e acabou demitido, recorreu à Justiça e ganhou o direito de retornar aos quadros da Emater. "Ficamos 21 meses fora", lembrou Marcos Fernandes, ex-titular da Seaprof. Entre os demitidos estavam também Carlos Alberto Bernardes, o Cacá, que junto com Antonio Monteiro prestou concurso público e foi aprovado para trabalhar na Emater do Rio de Janeiro. "O modelo que propomos naquela época evoluiu para a extensão agroflorestal", disse Carlos Alberto.
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