Binho assina cessão do Seiam ao Ministério do Meio Ambiente

Com a parceria, Governo do Acre serve de exemplo e possibilita que outros Estados possam utilizar a ferramenta em suas políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável

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Termo de cessão possibilita que outros Estados possam utilizar a ferramenta em suas políticas ambientais e desenvolvimento sustentável (Fotos: Gleilson Miranda/Secom)

O governador Binho Marques assinou nesta quarta-feira, 10, no auditório da Biblioteca da Floresta,  termo de cessão do Sistema de Informações Ambientais (Seiam) ao Ministério do Meio Ambiente, o que possibilitará que outros Estados possam utilizar a  ferramenta em suas políticas ambientais e desenvolvimento sustentável. O Seiam é um software  resultado da  Política Estadual de Meio Ambiente que  agrega base de dados, comunicação entres gestores de políticas públicas e a interação do Poder Público com a sociedade, fortalecendo o controle social e sua participação no gerenciamento dos recursos naturais. De parte do Governo Federal, o documento foi assinado pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Machado. Inicialmente, o MMA deverá disponibilizar o sistema aos Estados  de Roraima,  Amapá, Maranhão, Piauí e Alagoas, além do departamento peruano de Madre de Dios. O Estado do Amazonas já o utiliza desde o mês de junho passado.

O software acreano é resultado de muitas experiências, sobretudo do legado de ativistas como Chico Mendes. De acordo com o MMA, o Seiam foi escolhido para ser disseminado pelo País a partir de oficinas  em que participaram representantes de todos os Estados brasileiros. "É uma sementinha que o MMA plantou em vários Estados em 1999 e que veio a geminar e a dar frutos aqui no Acre", disse   o governador, enaltecendo o trabalho desenvolvido por todos os seus secretários e técnicos do Governo. "O Seiam não é apenas um programa, mas há toda experiência nessa trajetória que começou com Chico Mendes", completou Binho Marques, lembrando que o projeto significa novo avanço do Acre rumo à Nova Economia, esta baseada em baixo carbono e alta inclusão social.  

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Há toda experiência nessa trajetória que começou com Chico Mendes", afirmou Binho (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Para o representante do consulado peruano no Acre, Herbert Nuñes, o Seiam será de grande importância para o trabalho que seu País desenvolve especialmente na região Amazônica. BInho agradeceu pelo interesse de Madre de Dios no sistema. O Seiam começou a ser implantado em 2007 e já está em plena atividade nos municípios de Rio Branco, através da Secretaria Municipal de Rio Branco, e em todos os demais através da representação regional do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac). A presidente do órgão, Cleísa Cartaxo, também assinou o termo de cessão.  "É um momento especial porque marca o trabalho iniciado  pelo governador com mudança de paradigma de desenvolvimento do Estado", disse ela.

O secretário-executivo do MMA elogiou o esforço e a responsabilidade do Acre com a pauta ambiental e a excelência do Seiam: "Estamos aqui recebendo uma ferramenta de trabalho extremamente útil para o bom cumprimento da nossa missão. É moderno, simplifica  e traz transparência, além de fortalecer a gestão", disse José Machado. E completou: "O Acre é vanguarda do ponto  de vista de apresentar coisas novas ao País". Estiveram presentes secretários de Estado, técnicos e gestores estaduais e federais.

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Secretário-executivo do MMA elogiou o esforço e a responsabilidade do Acre com a pauta ambiental e a excelência do Seiam (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Pecuária sustentável chama atenção do MMA

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Emprego de tecnologias sãos recursos que tornam a pecuária sustentável e que levaram os representantes do MMA a conhecer propriedade que utiliza técnicas alternativas ao desmate para a produção de gado (Foto: Angela Peres/Secom)

É possível aumentar a produtividade dos pastos sem derrubar a floresta. Para isso acontecer é necessário o emprego de tecnologias como o consorciamento de pastagens. Foram os recursos que tornam a pecuária sustentável que levaram os representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) à fazenda de Luiz Augusto Valle, o Guy, pecuarista que apostou em alternativas ao desmate para aumentar o rebanho sem dobrar a área de pastos.

Na Fazenda Guaxupé, uma das propriedades visitadas, os 1700 hectares de pastagem abrigam 4450 cabeças de gado de corte. Se não houvesse o emprego de tecnologias, o mesmo espaço comportaria 30% a menos – para manter um bom desempenho. Seriam necessários pelo menos 1500 hectares a mais para criar a mesma quantidade de animais sem o uso de recursos tecnológicos.

E quando se fala em tecnologia os recursos, neste caso, são simples: uma cerca elétrica que oferece mais eficácia e menor quantidade de material, graças a alguns mecanismos que foram melhorados, o uso de espécies de capins adequadas a cada tipo de área e o consorciamento da capim com a leguminosa amendoim forrageiro, que garante maior fixação de nitrogênio no solo, melhor produtividade da gramínea e mais nutrição para o animal. Todas as tecnologias são recomendadas pela Embrapa.

O pecuarista garante que a produtividade, rotatividade e qualidade do rebanho melhorou. “O rebanho aumentou 20% após o uso destas tecnologias, pois ainda não estão empregadas em toda a propriedade”, disse Guy. Para Eufram Amaral, a Fazenda Guaxupé e várias outras que utilizam as tecnologias recomendadas pela Embrapa são uma prova de que é possível aumentar os rebanhos e a produtividade das pastagens sem derrubar uma árvore. “É possível desenvolver sem desmatar”, disse.

Incentivar um número cada vez maior de produtores rurais a investir em tecnologias que aumentem a produtividade e respeitem o meio ambiente é algo necessário na opinião de José Machado. “Vim conhecer as boas práticas de produção, algo que para nós é muito importante. Gostaria de ver o Brasil inteiro com práticas tecnológicas como esta. São experiências que a gente gostaria que fossem cada vez mais difundidas, para incentivar o produtor. Já está provado que não é preciso derrubar árvores”, disse o secretário executivo do MMA.

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