Com anos de experiência, fé e amor ao próximo, a benzedeira Mariza Alves, nascida há 68 anos às margens do Rio Muru, em Tarauacá, mantém viva a tradição secular de rezas capazes de curar males do corpo e da mente. “Ser benzedeira é uma missão”, diz.
No quintal na casa adquirida por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, no empreendimento social Cidade do Povo, em Rio Branco, uma plantação de ervas, que junto à sua fé, opera verdadeiros milagres, segundo os vizinhos. “Não importa quem precisa de ajuda, ela está pronta para usar seu dom sem pedir nada em troca”, relata a amiga de Mariza, Antônia Ferreira.
Em seu canteiro há cidreira, capim-santo, boldo, algodão, pinhão-roxo, mastruz, vassourinha e arruda, entre outras ervas. As crianças hoje são prioridade para a benzedeira, que já não atende tantas pessoas como antes.
“Aqui na casa nova eu atendo mais as crianças, que as mães trazem. Precisa ter muita fé pra conseguir a cura. A reza hoje é esquecida entre os adultos, as crianças são puras”, avalia.
Há quase dois anos morando na Cidade do Povo, sua fama de “benzedeira milagrosa” cresceu na comunidade, mas ela conta que só atende quem leva seu trabalho a sério. Sempre com a imagem de Nossa Senhora Aparecida nos braços, ela se diz feliz em ajudar as pessoas do bairro.
“Eu abro minha casa para quem precisar de benzimento. Eles falam o problema e eu faço a reza com minhas plantas e minha santa”, explica.
Sobre a nova moradia, Mariza, comenta: “Essa casa é a herança dos meus filhos. Quando vim do interior, nunca imaginei morar num lugar desses”.
O empreendimento
Segundo a Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social (Sehab), 10.220 pessoas já vivem no empreendimento. O novo bairro da capital acreana conta com escolas, delegacias e postos de segurança, unidades de saúde, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e diversas áreas de lazer e comerciais. Ao todo, 10.518 moradias deverão ser construídas para receber mais de 50 mil pessoas.
