Bairro Corcovado: o sonho tornado realidade

Mais de 150 famílias receberam o título de suas casas em Tarauacá

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A solenidade de entrega de Títulos de Domínio e Títulos de Concessão de Direito Real de Uso regularizou a situação fundiária do bairro Corcovado (Foto:Assessoria Iteracre)

A solenidade de entrega de Títulos de Domínio e Títulos de Concessão de Direito Real de Uso foi a coroação de um árduo trabalho do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), que regularizou a situação fundiária do bairro Corcovado que agora é a porta de entrada para o município de Tarauacá pelo novo trajeto da BR-364, passando pela ponte.

A titulação é fruto de mais de um ano de trabalho do Instituto e Terras do Acre e uma forma de reconhecimento de todas as famílias radicadas no bairro fundado pelo Coronel Pinheiro. “É o meio de validar direitos adquiridos pelas famílias, promover qualidade de vida e impulsionar o desenvolvimento econômico da comunidade”, explica Felismar Mesquita, diretor-geral do Instituto.

A festa de titulação foi prestigiada pela municipalidade de Tarauacá representada pelos seus vereadores, pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, pela Associação de Moradores do Bairro Corcovado (Ambac), representada pela sua presidente, Ionara Gomes Machado, e movimentos da sociedade civil organizada, o governo federal representado pelo Incra e pelos moradores.

O governo do Estado do Acre tem investido maciçamente no interior, criando novas oportunidades e melhorando a condição de vida dos acreanos. A regularização fundiária do bairro é mais um exemplo das ações que conferem cidadania às pessoas, dando-lhes o que é de direito. No caso da regularização fundiária, trata-se de um dos direitos mais básicos da dignidade humana: de ter uma moradia e de ter para si a sua moradia.

José Ribamar Vieira, mais conhecido como Zequinha, agradeceu com alegria pela ação enérgica da Associação de Moradores do Bairro Corcovado e pelo trabalho ágil dos “meninos”  do Iteracre. Ao lado da esposa, dona Eneida Maria Vieira, ele sente-se renovado aos 54 anos de idade pela conquista desse sonho, além de se encher de novas perspectivas.  “O documento faz uma diferença grande. Eu sempre tive um sonho de fazer uma área na frente de casa, agora que tenho meu documento eu posso até financiar, se quiser”.

O ex-presidente da Associação de Moradores, Ivonaldo Benigno, conseguiu resumir a importância da titulação das casas. “A gente era um filho sem mãe. A gente não tinha documento nenhum da nossa terra. Hoje nós temos a certidão de nascimento das nossas casas, e isso é tudo”. Benigno ainda aproveitou a palavra para agradecer ao governo do Acre e em especial ao diretor geral do Iteracre, Felismar Mesquita, e toda sua equipe pelo esforço e pelo presente que todo bairro estava recebendo. “Hoje nós não temos como reclamar do nosso governador. Oportunidade nós temos. Nós temos a ponte de Tarauacá, as ruas do povo e o nosso bairro. O nosso Corcovado”, completou coberto de aplausos da comunidade.

O prefeito de Tarauacá em exercício, Valdor do Ó, cumprimentou os moradores e declarou que compartilha da mesma felicidade, pois conhece e é conhecido por cada uma das pessoas do Corcovado. “Quero agradecer ao Felismar Mesquita e ao pessoal do Iteracre que atenderam todas as nossas ligações e que fizeram o possível para terminar rápido o trabalho”, completou.

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A titulação é fruto de mais de um ano de trabalho do Instituto e Terras do Acre e uma forma de reconhecimento de todas as famílias radicadas no bairro fundado pelo Coronel Pinheiro (Foto:Assessoria Iteracre)

A moradora do bairro e diretora da escola Edmundo Pinto, onde se fez a solenidade de entrega dos títulos, Iêda Amauacas Gomes, aproveitou para homenagear aqueles que não estão mais presentes, mas que partilharam do mesmo amor pelo Corcovado e do mesmo sonho de poder dizer que o chão que pisam é seu. Eles que iniciaram essa luta. Para eles dona Iêda recitou a poesia abaixo.

A Vida de um sonho

De humilde seringal

à posse de um Coronel.

Foi nobremente coroado

com nome de Corcovado.

O nome faz jus ao morro,

que de longe se avistava

pelo grande navio

que pelo rio passava.

Tornou-se referencia

o importante barracão

que, sem distinção, acolhia

índio, negro ou barão.

De Coronel a Juiz,

por seu carisma notado.

O nobre Joaquim plantou semente indígena

nas terras do povoado.

A filha índia querida,

Rosa do Juruá,

os teus descendentes

queriam te coroar.

Hoje podemos dizer:

temos terra para morar.

É realidade de um sonho

que por muitos foi sonhado.

Os que aqui já não estão

sentem-se representados

por nós que, com muito orgulho,

somos filhos do Corcovado.

Professora Iêda Maria da Amauacas Gomes

Filha e moradora do Corcovado.

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