Avançam as obras do frigorífico de peixes em Cruzeiro do Sul

O secretário Edvaldo Magalhães, da Secretaria de Desenvolvimento Florestal da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), visitou hoje o canteiro de obras do frigorífico de peixes que o governo do Estado está construindo na Estrada Variante (que liga Cruzeiro do Sul à BR-364). Em conversa com o engenheiro responsável pela obra, José Carlos da Silva Jr., Magalhães ficou sabendo que a obra está com o cronograma em dia.

 O secretário Edvaldo Magalhães visitou a obra do frigorífico de peixes no município de Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

O secretário Edvaldo Magalhães visitou a obra do frigorífico de peixes em Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

Com um custo superior a R$ 4 milhões, o frigorífico pretende alavancar a comercialização da produção local de peixe, possibilitando seu esfriamento e filetagem. A obra deverá estar pronta até fevereiro ou março e entrar em funcionamento até abril ou maio. Segundo o secretário, depois de pronto e em plena capacidade, o frigorífico vai funcionar em dois turnos, oferecendo quase duzentas vagas de emprego, principalmente para mulheres, na área da filetagem.

Em Assis Brasil, zona rural de Cruzeiro do Sul, o governo está  construindo um centro tecnológico de alevinagem que vai ter uma grande novidade: a produção de alevinos de pirarucu e surubim, peixes muito valorizados para exportação. A técnica da reprodução desses dois tipos de alevinos foi comprada pelo governo do Estado, visando o incremento da produção de ambos. O centro tecnológico também será excelente fonte de empregos, devendo gerar mais de 50 diretos.

Segundo Magalhães, o interesse do governo é de que o Acre seja um grande produtor de alimentos e a piscicultura será um dos eixos estratégicos da economia acreana. “Temos a cadeia do bovino desenvolvida. Hoje temos uma das melhores carnes que o Brasil produz e queremos que o peixe seja tão competitivo quanto. Para isso, temos que dotar a piscicultura de uma infraestrutura, para que possa se desenvolver. E o frigorífico é chave nesse processo”, disse.

O Acre tem uma produção que é grande para o consumo interno, mas ainda muito pequena para exportação para o mercado brasileiro e países vizinhos. O frigorífico resolveria esse gargalo, na opinião do secretário. O peixe resfriado tem maior valor que o congelado na comercialização. Na perspectiva do governo, o mercado regional (Manaus) e também os países vizinhos, com destaque para o Peru, cuja capital, Lima, é um centro de turismo e gastronomia, podem absorver toda a exportação.

“De Cruzeiro do Sul até Lima são 50 minutos de voo. Esse frigorífico poderá entregar peixe fresco – filé – em Lima, por meio de transporte aéreo, fator que é competitivo em função da curta distância”, concluiu o secretário.

Investimentos

Em todo o Estado, o governo está investindo cerca de R$ 60 milhões diretamente no processo industrial da piscicultura, incluindo a fábrica de ração que está sendo construída no Vale do Acre, sem contar o fomento à produção e a construção de açudes. Até o início do ano passado, a produção de peixe no Acre, originária da piscicultura, era de cerca de cinco mil toneladas anuais, mas, segundo Magalhães, o programa estadual projeta uma produção de 20 mil toneladas em três ou quatro anos. E o Acre ainda quer mais: “O que queremos é chegar a uma produção de 100 mil toneladas anuais”.

Para isso, o governo está construindo cinco mil tanques de piscicultura, vinculados à agricultura familiar, e está articulando financiamentos junto ao Banco da Amazônia para médios e grandes piscicultores, através do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). O governo está também atraindo outros investidores e capital privado. A empresa Peixe da Amazônia, que é uma sociedade anônima com participação do governo e investidores privados, vai coordenar o processo industrial. A empresa vai receber investimentos de R$ 15 milhões de um fundo de investimento (o primeiro a investir no Acre). “Portanto, estamos trabalhando com o pequeno piscicultor, com financiamento aos médios e grandes, e atraindo capital de fora para fazer investimento na piscicultura. Fazemos com que toda a cadeia seja fortalecida, desde aqueles que têm meio hectare de lâmina d’água até quem trabalha com 300 hectares de lâmina d’água”, explicou Magalhães.

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