Atuação do ISE resulta em diminuição do número de adolescentes em medida de internação

Dr. Afrânio Justo durante uma palestra no CS Santa Juliana sobre as Fases Processuais do adolescente em medidas socioeducativas (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Afrânio Justo durante uma palestra no CS Santa Juliana sobre as fases processuais do adolescente em medidas socioeducativas (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Pela primeira vez, desde a sua fundação, em 31 de dezembro de 2008, o Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) alcança a marca histórica de apenas 76 adolescentes em conflito com a lei, no Centro Socioeducativo (CS) Santa Juliana, que é a Unidade de Internação Provisória do Estado.

Isso só foi possível porque o acompanhamento jurídico disponibilizado aos adolescentes acelera as medidas socioeducativas e permite uma significativa diminuição do número de socioeducandos nas unidades de internação e de semiliberdade do Acre.

O presidente do ISE, Henrique Corinto, apostou em reforçar as medidas socioeducativas com uma equipe de advogados, a fim de obter as respostas dos processos jurídicos no prazo determinado por lei. Dessa forma, nenhum adolescente espera mais do que 45 dias por uma sentença. Isso acelera o fluxo nas unidades e elimina a superlotação.

“Esse trabalho beneficia não só os adolescentes, mas, principalmente, os agentes socioeducativos, que trabalham diretamente com eles. Assim, é possível que aconteça a socioeducação como prescreve o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, o Sinase, pois se damos melhores condições ao servidor para executar a sua função, aumenta a eficiência do trabalho e, consequentemente, temos um bom resultado”, esclarece Corinto.

De acordo com o advogado do ISE, Afrânio Justo, esse é um trabalho conjunto com a equipe técnica, equipe pedagógica, socioeducadores e com os que respondem pela guarda do adolescente. “Quando o excedente é pequeno, temos um leque de possibilidades para obedecer ao que indica a lei do Sinase, e isso traz um ganho para todos”, afirma.

Também é resultado do trabalho conjunto a maratona da equipe técnica para preparar o Plano Individual de Atendimento (PIA) de todo adolescente que entra nas medidas socioeducativas. Com esse estudo de caso, a socioeducação não só tem mais chances de dar certo, como também possibilita procurar um meio de solucionar problemas que na maioria das vezes começa no seio familiar.

A lei Sinase

A lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) foi instituída em 18 de janeiro de 2012. Desde então, foi estipulado o prazo de um ano para que as instituições responsáveis pela execução das medidas socioeducativas no país pudessem se adequar.

Para Afrânio Justo, o ISE está indo bem nesse prazo. “O Acre é um dos primeiros
Estados a elaborar o PIA, no Brasil. Com o estudo de caso feito e o fluxo de adolescentes funcionando corretamente nas unidades, é bem mais fácil alcançar todas as metas, que é cumprir cada linha da lei Sinase”, aponta.

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