Durante os últimos dois dias, 9 e 10, a secretária de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres), Concita Maia, esteve em Cruzeiro do Sul para fiscalizar os órgãos responsáveis pelo atendimento as mulheres juruaenses, reunir-se com a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Rede Reviver) e participar do encerramento da campanha mundial “16 Dias de Ativismos pelo Fim da Violência contra a Mulher” no Vale do Juruá.
Com o intuito de averiguar o espaço físico das instituições e levantar demandas para 2013 que fortaleçam e aprimorem os serviços oferecidos às mulheres, Concita visitou o Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, a Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher e ao Menor (Deam) e o novo local que, no próximo ano, será a sede do Centro de Referência Especializado a Mulher de Cruzeiro do Sul (Cream).
“Este contato pessoal com os gestores é importante para que possamos pensar em soluções para os problemas rotineiros e estreitar os laços, para que as nossas mulheres possam desfrutar de um atendimento mais preciso e qualitativo fazendo com que as políticas públicas de gênero aconteçam”, afirmou Concita Maia.
Caminhada da Paz
Durante os 16 dias de campanha foram realizadas panfletagens, palestras em escolas e grupos de mulheres sobre respeito e a importância de se fazer a denúncia aos órgãos competentes em casos de violência. Uma passeata intitulada de “Caminhada da Paz”, organizada pelo Cream e pela SEPMulheres, em parceria com as escolas municipais e estaduais da região, comunidades evangélica e católica, Polícia Militar, Corpo Mirim de Bombeiros, Deam, Ministério Público e a sociedade civil encerrou a campanha no Juruá.
A caminhada partiu do portal da Avenida Mâncio Lima e percorreu toda área central de Cruzeiro do Sul, incluindo o entorno do rio e o mercado municipal e finalizou na praça em frente à Catedral da igreja católica, onde as representações das instituições falaram para população sobre o objetivo da atividade.
“Na realidade, nós notamos um aumento no número de denúncias. O que acontece é que a violência sempre existiu, mas com a criação da Lei Maria da Penha, as campanhas de conscientização e os números de denúncias, as mulheres se sentiram mais seguras para denunciar seus agressores. Por isso, momentos como esses são tão importantes para que a sociedade entenda a importância de se fazer a denúncia”, disse a delegada, Carla Ivane de Brito.
Segundo o bispo da igreja católica, Dom Mauro Morelli, ações como esta são importantes porque incentivam o exercício do amor ao próximo. “A igreja sempre defendeu os direitos das pessoas e trabalha muito a favor da vida em todos os aspectos. Atividades públicas que promovam a boa convivência entre mulheres e homens são necessárias”.
Para a estudante Naiane Ribeiro, 17 anos, a caminhada da paz serviu para que as mulheres pudessem perceber o valor que elas têm para a sociedade. “Achei muito interessante os temas abordados na caminhada, informando os direitos das mulheres, pois serviu para conscientizar as mulheres que sofrem abusos de seus namorados e maridos. Agora elas sabem o valor que ocupam na sociedade e que podem chegar aonde quiserem, exemplo disse é a nossa presidenta que é uma mulher”, avaliou Naiane.
Novos Projetos
A pedidos da própria Rede Reviver, Concita Maia esteve no Centro de Referência de Cruzeiro do Sul para ouvir os seus colaboradores. Na reunião foi discutida a possibilidade de se criar um projeto que reabilite homens agressores, subsidiado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, por meio da SEPMulheres.
“Esta vinda ao Juruá foi muito oportuna. Pude visitar os órgãos responsáveis ao atendimento de gênero, desde a saúde das mulheres, quanto ao atendimento em casos de violência. Fizemos o belíssimo encerramento da campanha de 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher com a participação de estudantes e sociedade civil organizada. Estamos mais comprometidos em buscar recursos para a criação do projeto que irá reabilitar homens agressores, pois entendemos que somente assim poderemos viver em uma sociedade de paz”, concluiu Concita Maia.