Resultado desse trabalho é o que aconteceu com o socioeducando João, nome fictício que será usado nesta matéria. “Eu anseio muito pela presença de Deus. Mudei o meu jeito de agir e de pensar. Antes eu era muito agressivo, e sempre revidava as ofensas. Não sei explicar como, mas depois que deixei Deus entrar na minha vida, já sou uma pessoa mais paciente, tranquila e com vontade de fazer o bem. Não sou mais o mesmo.”, declara o jovem.
De acordo com o psicólogo da unidade, Gonçalo Mata, os socioeducandos também assumem a responsabilidade pelos atos cometidos e o trabalho espiritual auxilia para que isso ocorra da melhor forma possível.
“O jovem começa como uma vítima social, depois passa a se responsabilizar pelo que fez. Isso é importante já que um dia ele vai estar em liberdade, e é preciso que esteja em comunhão com os outros”, explica Gonçalo.
Os familiares assistiam emocionados ao evento. Para Aperecida Gomes, mãe do João, essa é uma vitória que ela por muito tempo esperou. “Antes eu buscava por ele, olhava para ele e não via mudança. E hoje eu vi que ele quis, que está se esforçando, abriu as portas do coração, se arrependeu dos atos dele. Sempre acreditei no meu filho e que Deus iria ajudar nessa transformação. Estou maravilhada em participar desse Batismo”, comemora.
O presidente das Assembleias de Deus no Acre, Pedro Abreu de Lima, ministrou o culto e a festa do Batismo. De acordo com o ele, um trabalho parecido é realizado há 10 anos nos presídios. Agora também pretendem dar continuidade ao serviço cristão destro das unidades socioeducativas.
“Em breve estaremos celebrando um novo batismo, sendo que essa é a nossa responsabilidade, resgatar e edificar vidas para Cristo. É possível uma mudança na vida desses jovens, pois Jesus veio buscar e salvar os que haviam se perdido”, declara Pedro Abreu.
Para o presidente do ISE, essa é uma ação que pode ser repetida por outras entidades religiosas. “Nós estamos de portas abertas para quem queira trazer fé e esperança aos socioeducandos. Não importa qual seja a religião, todo o tipo de atendimento espiritual é bem vindo nessa situação. Esses jovens precisam acreditar em algo, ter uma fé”, afirma.