Um projeto para implantação de uma agroindústria de polpa de frutas na comunidade indígena do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, foi apresentado pelos representantes da etnia Ashaninka, Benki Piyanko e Zezinho Yubi, ao governador Tião Viana em reunião na manhã desta terça-feira, 24.
Benki Piyanko explicou que esse é um projeto de desenvolvimento sustentável com agregações de valores para a região do Vale do Juruá. “Isso dará uma oportunidade às comunidades indígenas de terem uma melhor condição, a terem desenvolvimento na área agrícola”, complementou.
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O representante dos Ashaninka disse ainda que o projeto de uma agroindústria permitirá que a comunidade tenha uma produção com melhores resultados no mercado. “Por isso, nós viemos apresentar esse projeto ao governo do Estado. Com isso também demonstramos a nossa posição de desenvolvimento como comunidade indígena perante a sociedade na região do Vale do Juruá”, pontuou.
Zezinho Yubi e Benki Piyanko deixaram uma cópia da proposta do projeto da agroindústria de polpa de frutas com o governador Tião Viana para que seja avaliada. “O governador se mostrou muito satisfeito com nossa proposta. Ele vai trabalhar para que isso possa acontecer o mais breve possível, para que possamos colocar essa agroindústria para funcionar”, disse Piyanko.
De acordo com o projeto, a agroindústria seria coordenada pela Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa). O relatório entregue ao governador aponta que na região há grande quantidade de frutíferas, como cupuaçu, graviola, açaí e urvalha.
Os Ashaninka defendem que, por meio dessa ação, o governo do Estado estará potencializando a produção de frutas do povo do Rio Amônia. “A agroindústria será gerenciada pela Cooperativa Ayõpare (sediada no próprio Yorenka Ãtame). Por esse projeto serão beneficiadas 80 famílias”, informa o relatório.
Ações da Apiwtxa – Zezinho Yubi e Benki Piyanko entregaram também um relatório de ações da Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa). Eles mostraram as iniciativas e projetos executados pela associação nos últimos 11 anos. Entre as ações destacam-se a realização de encontros, a criação do Centro Yorenka Ãtame, o trabalho de manejo de recursos naturais e entre outras.
Os indígenas destacam que foi iniciado na região um trabalho de caráter político que concilia práticas de manejo e uso dos recursos naturais, processos educativos interculturais e controle político Ashaninka sobre seu território.