Asfalto em ramais é regularidade, quantidade e qualidade em produção e abastecimento

Pavimento do tipo TSD mantém altos níveis de produtividade e garante escoamento mesmo sob o rigor das chuvas

O asfaltamento de ramais no Acre vem proporcionando, neste inverno rigoroso, garantia de escoamento da produção  e mobilidade para centenas de famílias que vivem no campo. O Governo do Acre completa até dezembro deste ano 250 quilômetros de ramais pavimentados pelo sistema TSD (tratamento superficial duplo) assegurando regularidade, quantidade e qualidade na produção e no abastecimento. "Da meta, já temos 140 quilômetros concluídos e estamos concluindo os 110 quilômetros restantes", informou Marcos Alexandre, diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroportuária do Acre (Deracre).

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Ramais asfaltados cortam as zonas de produção dos municípios, assegurando, além de efetivo escoamento, mais qualidade de vida no campo (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A região conhecida como Cinturão Verde de Rio Branco é um dos mais importantes modelos de inclusão socioeconômica obtidos a partir de investimentos em infraestrutura e ramais. São pólos agroflorestais, comunidades tradicionais e assentamentos que conseguem manter a produção e o abastecimento do mercado da capital mesmo sob chuva intensa. "O asfaltamento se insere em uma estratégia de interligação modal, do rio com a estrada, e se dá por critérios como produtividade, serviços públicos e presença de pessoas", explicou Nilton Cosson, da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

Há outros exemplos.  A  Linha 10 do Projeto de Assentamento Humaitá, é um deles: O ramal principal foi  asfaltado em 13,2 quilômetros ao custo de R$2,4 milhões, ligando várias coletoras  à Estrada de Porto Acre e ao rio Acre, formando um meio intermodal para acesso e escoamento da produção naquela região. O trabalho de pavimentação está bastante avançado e, assim como no Pólo Hélio Pimenta, é também  feito pelo processo de tratamento superficial duplo, bastante resistente e duradouro.

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Mulher trabalhadora rural: asfaltamento de ramal elevou renda na produção de hortifrutis (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A tendência, sem esses investimentos, seria uma queda brusca  na produção.   Mas a incorporação de tecnologias como o cultivo protegido e  o acesso através de ramal asfaltado garantem colheitas em níveis significativos e capazes de atender a demanda. "Isso é mais perceptível especialmente em relação às hortaliças foliosas, cuja produção cresceu 50% depois que o ramal foi asfaltado", disse Jorge Rebouças, diretor do Departamento de Agropecuária e Extrativismo da Secretaria Municipal de Agricultura.

Os investimentos  asseguram a fixação do homem à terra, como o agricultor Raimundo Borges. Há 26 anos vivendo na Linha 10, Borges comemora a chegada do asfalto propondo o fortalecimento do Grupo de Produtores Ecológicos do Humaitá, que reúne 22 famílias de pessoas que cultivam apenas de forma orgânica e sustentável. "Com o asfalto, temos o incentivo da produção", disse. A produção da Linha 10 participa do programa de alimentos da merenda escolar. O asfalto assegura a entrega dos produtos no prazo contratado. 

Produção e escoamento de verão a inverno

No Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, a 19 quilômetros do Centro de Rio Branco na Estrada de Porto Acre,  foram asfaltados  4,7 quilômetros de ramais ao custo de  mais de R$ 1,2 milhões. O asfalto resulta  no benefício direto de mais de 50 famílias assentadas em 35 módulos de 3,5 hectares.

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Sem asfalto, seria impossível usar veículos como a bicicleta, que facilita a locomoção dos trabalhadores no meio rural (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Nesse pólo, uma família tem renda comercial de até R$ 600 ao mês, além da renda não contabilizada, que é quando o produtor deixa de gastar para ter acesso ao alimento, cujo valor também chega a R$ 600. As hortaliças compõem 70% da renda das famílias do Pólo Hélio Pimenta. A Seaprof calcula que cerca de 100 toneladas de couve, alface, rúcula, pimenta, cebolinha e outras são cultivadas e comercializadas anualmente pelo assentamento. O dinheiro tem sido aplicado na aquisição de bens de consumo, carros, motos e moradia. "Já cheguei a fazer R$300 por semana apenas vendendo coentro. Nosso trabalho é o mesmo de inverno a verão", disse a agricultora Luzia Oliveira, que construiu uma casa de R$17 mil plantando e comercializando hortaliças.

O programa  de melhoria de ramais começou em 2005  com a implantação de serviços como bueiros definitivos, pontes,  piçarramento. Atualmente, já são 75 quilômetros de ramais asfaltados, o que é algo realmente muito importante. Anualmente é feito o trabalho de melhoria de mais de  4.000 quilômetros de ramais. 

Pavimentação é uma das metas do Pacto Agrário

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Marcos, do Deracre, lembra que cumprimento do Pacto Agrário é um dos itens do programa que estão sendo cumpridos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O governo Binho Marques investiu até  agora R$82 milhões em asfaltamento rural. Os recursos para implantação desses ramais são  do Governo Federal, através do BNDES (Fase III), do Governo do Acre e do Programa Calha Norte. O uso do TSD, lembrou Marcos Alexandre, uma boa solução para asfaltamento de ramais porque o sistema é a frio, sem lançar mão da usina. O Deracre possui cinco usinas em todas as regionais do Estado.

O projeto se deu a partir do Pacto Agrário. No início de seu governo, Binho Marques propôs esse acordo institucional que garantiria investimentos de R$100 milhões ao longo de quatro anos  em ações de desenvolvimento rural. O valor foi alcançado apenas com o asfaltamento de ramais.

O Pacto Agrário é o compromisso institucional de se investir pesadamente no desenvolvimento rural do Acre, utilizando-se de recursos obtidos através de emendas parlamentares e convênios com órgãos federais, estaduais e municipais. 

Antes do asfalto, grandes dificuldades

Eles são personagens de histórias de sofrimento e vitória -dos tempos em que, durante o inverno, era uma aventura transitar por um ramal até os dias de hoje, quando a chegada do asfalto trouxe qualidade de vida e o fim do isolamento. Veja o depoimento de alguns deles: 

{xtypo_quote}Tinha muita lama e era muito difícil chegar na cidade. Hoje, a gente vai e volta rápido se precisar de alguma coisa.

Maria Gomes da Silva, moradora do ramal do ramal do Riozinho do Rôla

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{xtypo_quote}Não dava para sair de moto, tinha de ser a pé quando chovia. Hoje está uma maravilha.

Pedro Rodrigues Coelho, morador da Colônia São Francisco, no  ramal do Riozinho do Rôla

 

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{xtypo_quote}Aqui só se andava a cavalo. O Governo foi fazendo o asfalto aos poucos e agora temos uma estrada boa o ano todo.

José Alberto Barroso, morador do ramal do Benfica, onde no final do ano passado foi concluído o asfaltamento de 3,5 quilômetros e completando os 8,5 quilômetros que ligam o rio Acre à rodovia AC-40.

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{xtypo_quote}Quando cheguei, aqui era apenas um varadouro que só passava cavalo. O asfalto deixou tudo mais bonito.

Margarida Alves da Silva, moradora desde 1979  do ramal do Pólo  Hélio Pimenta 

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