As caras da solidariedade

Ivan de carvalho é radialista da Rádio Difusora Acreana desde 1982 (Assis Lima)

Ivan de carvalho é radialista da Rádio Difusora Acreana desde 1982 (Assis Lima)

Durante a alagação do Rio Acre, a solidariedade dos acreanos é demonstrada com muita força.  A palavra voluntário ganha conotação mais que especial.  No Parque de Exposições marechal Castelo Branco encontramos dois exemplos de persistência e coragem de encarar as dificuldades: a estudante Rairla Azevedo, de 17 anos e o radialista Ivan de carvalho, de 37 anos.

Ivan de carvalho é radialista da Rádio Difusora Acreana desde 1982. Desde o ano passado é responsável pela Rádio do Sistema de Comunicação Solidariedade para Todos, que funciona dentro do Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, onde estão abrigadas atualmente mais de seis mil pessoas. Por meio do sistema de auto falantes ele dá dicas sobre saúde, higiene, segurança, o modo correto de comportamento dentro do parque. Avisos, recados e músicas também estão no leque de opções da rádio. Ele ainda faz entradas ao vivo na Rádio Difusora sobre as últimas novidades da alagação.

Só que Ivan, que mora no bairro Palheiral, também foi desabrigado pela enchente do Rio Acre. Os móveis dele estão na Igreja Metodista Wesleyana, na Estrada da Sobral. Já ele e a família estão abrigados na casa de parentes, no Bairro Sobral, de onde ele sai para trabalhar diariamente na Expoacre. O sentimento, segundo, ele, é de maior solidariedade ainda com os desabrigados. “No ano passado vim trabalhar aqui 30 dias, mas estava em casa. Este ano, fui desabrigado. Mas nem por isso vou parar minhas atividades. Ao contrário, agora sinto na pele a dor dessas pessoas que estão em abrigos e tenho que ajudar”, conta o radialista.

A estudante Rairla Azevedo, de 17 anos, também é exemplo a ser seguido. Ela, os pais e três irmãos, que moram no bairro Taquari, estão abrigados no Parque de Exposições há cerca de oito dias (Assis Lima)

A estudante Rairla Azevedo, de 17 anos, também é exemplo a ser seguido. Ela, os pais e três irmãos, que moram no bairro Taquari, estão abrigados no Parque de Exposições há cerca de oito dias (Assis Lima)

Diariamente ele chega ao parque às oito da manhã onde fica até às nove da noite. “No ano passado fiquei aqui cerca de trinta dias. Esse ano vou ficar até sair a última família de volta para casa”, explica ele. A estudante Rairla Azevedo, de 17 anos, também é exemplo a ser seguido. Ela, os pais e três irmãos, que moram no bairro Taquari, estão abrigados no Parque de Exposições há cerca de oito dias. Logo que chegou ao local, a Rairla que faz o terceiro ano na Escola Sebastião Pedroza, viu que havia muito o que fazer no lugar. Ela procurou a administração e se apresentou como voluntária.

Agora serviço é o que não falta para Rairla. Ela percorre os boxes cadastrando famílias, ajuda na hora das refeições, nas filas do banho. “Onde houver necessidade eu procuro ajudar. É muito ruim ficar sem fazer nada. Então como voluntária, ajudo as pessoas e o tempo passa mais rápido, esqueço a tristeza de pensar que minha casa está alagada. E também eu sei como está sendo difícil para essas que passam o mesmo drama que eu. É preciso ajudar”, relata emocionada a estudante de 17 anos.

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