Na Expoacre há artesanato de todo tipo: os mais comuns, que agradam o público conservador, aqueles cheios de brilho, para a clientela mais afeita ao visual espalhafatoso, e uma categoria muito especial: as obras de autoria, assinadas por artistas da terra.
As ecojoias de Kléder da Silva são um exemplo dessa produção. São peças que combinam ouro ou prata com madeira, ouricuri, jarina e diversos materiais da floresta. Kléder faz questão de criar itens exclusivos e conta que se sente tão envolvido durante a confecção do trabalho que até se esquece de se alimentar. Com acabamento de qualidade, o resultado é, para dizer o mínimo, delicado. Um sofisticado presente para os olhos, com o cheiro da mata.
Outra amostra da luminosidade do talento local é o trabalho do marcheteiro Maquesson Pereira da Silva. Amazônido, ele viveu no seringal até os 17 anos, depois percorreu o Brasil e o mundo. Especializou-se em sua arte na Alemanha. O trabalho final tem um efeito visual e tátil tão refinado que mais se assemelha ao desenho e não à composição de figuras com madeiras de diferentes cores, texturas e formas, que é a arte da marchetaria.
Já a artesã de bijuterias Rodney Paiva Ramos, que há sete anos vive de sua produção e como instrutora do ofício na Fundação Bradesco, está entre os 13 brasileiros indicados ao Prêmio Reconhecimento da Unesco, concorrendo com duas peças. Até o dia 2 de agosto, o resultado será divulgado e ela o aguarda, ansiosa. Suas montagens são expressivas, fortes e originais.
Esses e muitos outros fazedores de coisas bonitas estão no Galpão do Artesanato, na feira do Parque de Exposições. Confira pessoalmente o dom de encantar que essa gente tem.