Edivaldo Paes é filho e neto de seringueiros. Quando se casou, fortaleceu laços com suas raízes familiares, que ainda moram na Reserva Extrativista Chico Mendes. E ao conhecer as dificuldades da comunidade, abandonou a carreira militar para se dedicar ao apoio dos seringueiros. Atualmente, é coordenador da Casa de Apoio à Saúde do Seringueiro (CASS), e é com a dedicação do trabalho artesanal com látex que colabora com a instituição.
Na tarde desta quinta-feira, 26, a partir das 17 horas, será realizada exposição dos produtos de látex e também de produtos feitos com garrafa pet na Sede das Entidades com Deficiência, na Rua Dom Bosco. Edvaldo participou do Workshop Acre Látex Design Lab ministrado pelo Instituto Europeu de Design de São Paulo (IED), com o apoio do governo do Estado do Acre, por meio do Instituto Dom Moacyr (IDM), da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Ele disse que, apesar de trabalhar como artesão há 20 anos, o maior aprendizado foi sobre a importância da qualidade do acabamento, que são detalhes importantes para a venda. O workshop também estimulou a criatividade do grupo, por isso o empreendedor fez um novo modelo inspirado no trançado que ele utilizava em paneiros. “Todas as peças são inspiradas na floresta. O design lembra folhas, raízes, o corte da seringa e as tradições do povo da floresta”, explica.
A seringa é coletada diariamente nos Parque Capitão Ciríaco e Parque Chico Mendes, e essa é a matéria-prima de calçados, bolsas e bolas. Os produtos são oferecidos em secretarias e pontos turísticos da capital. E é em modalidade de economia solidária que sua esposa e três filhos o ajudam na fabricação e venda dos produtos, que têm sua arrecadação destinada à manutenção da CASS.
A atividade teve o apoio também da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN), que cederam equipamentos. Edvaldo trabalha como multiplicador. Muitos acompanhantes aprendem técnicas e também levam oficinas a escolas, que em contrapartida arrecadam alimentos não perecíveis para a casa de apoio.
A CASS é uma das casas de passagem disponíveis em Rio Branco para receber pacientes durante o Tratamento de Saúde Fora do Domicílio (TFD). O público é principalmente de seringueiros, ribeirinhos e agricultores. O espaço abriga hoje 26 pacientes em tratamento, mas tem capacidade de até 36 pacientes. A instituição é mantida pelo governo do Estado, por meio de um convênio com a Central de Articulação das Entidades de Saúde (Cades).
“O calçado é sustentável e antiderrapante. Este é o único sapato do planeta que recebe as energias da terra”, faz a propaganda. Além do convite para a exposição, Paes afirma que os produtos são feitos por encomenda, e o contato pode se dar pelos números: (68) 9959-8638 e 9964-1287.