Localizado no segundo piso da Biblioteca da Floresta, o espaço Povos da Floresta reúne objetos das culturas seringueira, ribeirinha e indígena, materializando o conceito de Chico Mendes de união dos povos da floresta. Na área reservada às etnias indígenas, também podem ser encontrados objetos do povo isolado Masko-Piro, que habita a fronteira do Acre com o Peru.
Entre os artefatos, estão um colar de dentes de macaco, duas flechas e uma lança, que dividem espaço com vestimentas, cerâmica e adornos das nações Ashaninka, Huni Kui (ou Kaxinawá) e Manchineri. Esses objetos faziam parte da exposição temporária “Índios Isolados do Acre”, inaugurada em 2008 na biblioteca, e agora estão expostas permanentemente no segundo piso.
De acordo com a ex-sertanista e coordenadora para Assuntos Indígenas da Biblioteca da Floresta, Paula Meirelles, os artefatos foram encontrados próximos ao Rio Amônia, no Alto Juruá. Acredita-se que, após uma disputa entre os Masko-Piro e os Ashaninka, os objetos tenham sido deixados para trás. As peças foram doados à instituição em 2007 pelo então secretário de Assuntos Indígenas do governo do Estado, Francisco Pianko Ashaninka.
Os Masko-Piro são um povo tradicionalmente nômade, originário do Peru. A pressão dos madeireiros e garimpeiros no país vizinho tem feito com que esses indígenas adentrem o território do Acre. Outros três povos também vivem em isolamento nas florestas do Estado e representam, junto aos Marko-Piro, um total de 800 índios, segundo estimativas.
Os interessados em conhecer o Espaço Povos da Floresta podem visitar a biblioteca de segunda a sexta-feira, das 8 às 21 horas, e aos sábados, das 14 às 20 horas. Para grupos de alunos, é necessário agendamento antecipado pelo telefone (68) 3223-9939.